O núcleo de Londrina do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MPPR (Ministério Público do Paraná), cumpriu nesta quarta-feira (16) dez mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão.
Segundo a assessoria de imprensa do MPPR, a operação teve como alvos um agente prisional temporário lotado na Casa de Custódia de Londrina na época dos crimes investigados – no momento, preso –, cinco detentos e quatro mulheres. São investigados por crimes de associação para o tráfico, tráfico ilícito de entorpecentes, corrupção ativa, corrupção passiva e ingresso de aparelhos celulares no interior da unidade prisional. A ação teve apoio do Deppen (Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná) e da Polícia Militar.
Os mandados de prisão contra os investigados que já estavam detidos na CCL (Casa de Custódia de Londrina) e na PEL (Penitenciária Estadual de Londrina) foram cumpridos pelo Deppen durante procedimento de revista nas celas. Os alvos têm antecedentes criminais por homicídio, latrocínio, roubo, furto qualificado, motim e tráfico de drogas, entre outros. As buscas e apreensões e as prisões das mulheres foram feitas pelo Gaeco e PM, em Apucarana (Centro-Norte), Arapongas (Região Metropolitana de Londrina), Faxinal (Vale do Ivaí) e Jacarezinho (Região Metropolitana de Londrina).
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Propinas
O MPPR informa que as investigações começaram com apreensão de aparelhos celulares, maconha e fumo pela Direção da Casa de Custódia de Londrina no período de revistas de rotina, que mostraram indícios de que teriam sido inseridos ilegalmente a partir da corrupção de servidor público. O Deppen acionou o Gaeco e colaborou com as investigações. No curso das apurações, foi confirmado que o agente prisional citado se associou a detentos e familiares, pelo menos desde setembro do ano passado, para, mediante recebimento de propina, introduzir na carceragem da CCL aparelhos celulares, drogas e fumo, comercializados pela associação criminosa dentro da cadeia pública.
Uma das presas seria responsável por entregar a droga para o agente prisional, enquanto as outras três seriam responsáveis por negociar com o agente público, receber os valores das vendas dos produtos ilícitos e fazer o pagamento da propina. De acordo com o verificado pelo Gaeco, o servidor receberia de R$ 3 mil a R$ 4 mil para introduzir 300 gramas de maconha na carceragem. Para fornecer um aparelho celular aos detentos, cobraria R$ 4 mil. A propina para cada pacote de fumo inserido na cadeia seria de aproximadamente R$ 300.
Em dezembro de 2021, o agente prisional investigado foi preso em flagrante pelo Gaeco por porte ilegal de arma de fogo. Em busca domiciliar na sua residência foram localizados documentos falsos, cédulas falsificadas de R$ 20 e munições ilegais, entre outros elementos probatórios.