Se você está procurando um imóvel para locar, cuidado. Algumas pessoas têm se passado por corretores de imóveis autônomos em bairros da periferia de Londrina oferecendo ''vantagens'', mas na verdade são golpistas. Geralmente são homens que se apresentam como funcionários públicos aposentados e que afirmam providenciar um contrato de locação sem a exigência de fiador, quesito que tem atraído ainda mais vítimas.
Um caso parecido aconteceu em um bairro da Zona Oeste há poucas semanas. A dona de casa Edilaine Maran relata que uma jovem apareceu em sua casa perguntando o valor do aluguel. A jovem disse que seria a nova inquilina do imóvel. Edilaine estranhou a pergunta, uma vez que o imóvel pertence à sua família.
''Ela ficou assustada quando disse que eu era a dona da casa. Segundo ela, um homem estava fechando um contrato de aluguel para ela morar na minha casa e que ela pagaria cerca de R$ 500 de aluguel, valor esse que deveria ser pago antecipadamente a ele'', explica.
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A jovem, que deixou a casa da Edilaine sem se identificar, afirmou à proprietária do imóvel que já havia deixado com o suposto corretor todos seus documentos. ''Achei uma atitude muito precipitada a dela, porque confiou muito facilmente nesse homem. Ela disse também que o suposto corretor se identificava como policial aposentado e que usava um cartão de visitas anunciando que negociava imóveis sem a necessidade de fiadores'', lembra Edilaine.
Nesse caso, tudo indica que a vítima conseguiu identificar o golpe antes que ele fosse concluído, graças à curiosidade de ter ido até o imóvel checar a informação.
Porém, segundo o delegado adjunto da 10 Subdivisão Policial, Nelson Águila, casos de estelionato ocorrem com uma frequência ''absurda'' em Londrina, envolvendo desde pequenos até grandes golpes, como os relacionados ao mercado imobiliário. ''Atualmente temos cerca de dois mil inquéritos sobre estelionato. São golpes de todo tipo e modalidade que você possa imaginar, infelizmente'', ressalta.
Dinheiro fácil
Ainda segundo Águila, quando a vítima é lesada em valores abaixo de R$ 500, geralmente não registra boletim de ocorrência, o que dificulta a polícia ter alguma estatística que comprove tipos de golpes como o citado pela moradora da Zona Oeste. ''As pessoas precisam entender de uma vez por todas que onde há muitas vantagens e facilidades, é onde justamente mora o perigo'', alerta.
O presidente do Sindicato dos Corretores Imobiliários de Londrina (Sincil), Marco Antonio Bacarin, ressalta a importância de se exigir o registro do corretor junto ao sindicato e ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci). Atualmente Londrina conta com mil corretores. Destes, mais de cem são autônomos.
''As pessoas precisam ficar atentas e saber que esse profissional age com o respaldo da imobiliária e mesmo os autônomos possuem o Creci e o Sindicato por trás. Quem é sério carrega a carteira de identificação e não vai oferecer contrato sem fiador. Sabemos que há uma lei que passará a vigorar mês que vem que possibilita essa facilidade, mas ainda assim são dados que constarão em contrato. As pessoas precisam exigir o documento e não ir atrás de facilidades que muitas vezes não existem'', orienta.