O juiz da 8ª Vara Criminal de Londrina, Délcio Miranda da Rocha, indiciou o capitão da Polícia Militar Ricardo Fardim Eguedis por fraude processual. O PM é acusado de envolvimento na chacina ocorrida em janeiro de 2016, que deixou 11 pessoas mortas e outras 15 feridas.
De acordo com o despacho do juiz, datado da última quarta-feira (8), as investigações indicam participação de Eguedis na adulteração dos locais dos crimes. Segundo a denúncia do Ministério Público, o capitão teria recolhido estojos de cartuchos metálicos ejetados nos disparos contra vítimas de homicídios, além de ter retirado das mãos de uma testemunha, cuja identidade é mantida em sigilo, mais um estojo que havia sido recolhido por ela. Na representação, o MP sustenta que a ação teria a intenção de induzir a erro o juiz e o perito.
Eguedis chegou a ser afastado de suas funções, após operação deflagrada em maio de 2016 para cumprimento de sete mandados de prisão temporária, 25 de busca e apreensão e sete de condução coercitiva, com o objetivo de identificar os responsáveis pelos assassinatos ocorridos em Londrina e região em janeiro de 2016.
Leia mais:
Suspeito de agredir companheira grávida com um chinelo é preso em Apucarana
Homem é agredido após tentar ajudar mulher que estava sendo seguida em Apucarana
Criminosos abordam motorista de caminhão com tiros e tentam roubar carga no Noroeste do Paraná
Homem perde parte da orelha em briga generalizada no centro de Arapongas
O afastamento cautelar foi revogado em fevereiro, por decisão da juíza da 1ª Vara Criminal de Londrina, Elizabeth Khater. Ela acatou argumentação da defesa de Eguedis e do Comando da Polícia Militar, que alegaram que o inquérito aberto pela polícia em maio do ano passado ainda não havia sido concluído.
O chefe do 2º Comando Regional da Polícia Militar, coronel Marcos Antônio Wosny Borba, disse que não foi notificado desta decisão e que segue valendo a decisão da juíza da 1ª Vara Criminal. Ele também afirmou que Inquérito Policial Militar (IPM) homologado em dezembro de 2016 nçao encontrou qualquer irregularidade na conduta do capitão.
Em nota, o Comando Geral da PM no Paraná informou que não pode ser manifestar porque não foi formalmente notificado da denúncia até o momento. "Por ora informa que todas as medidas tomadas em relação ao capitão Eguedis, tanto de afastamento quanto de retorno às atividades, foram determinadas pela justiça", diz o comunicado.
O Portal Bonde encaminhou questionamentos para o advogado de defesa de Eguedis sobre o indiciamento do capitão, mas, até a publicação, não houve respostas.
(Atualizado às 13h07)