Laudo de dosagem alcoólica concluiu que o agente penitenciário Walter Giovani de Brito, 26 anos, morto por volta de 1 hora da madrugada de 12 de outubro (segunda-feira) após, segundo inquérito da Polícia Civil e denúncia do Ministério Público, uma briga de trânsito, tinha 20 gramas de álcool por mililitro de sangue. O teor máximo permitido é de 6 g/ml.
Isto, na avaliação do delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Sérgio Barroso, corrobora a versão de que a morte do agente se deu em decorrência de uma briga de trânsito e não, conforme alegam os agentes penitenciários, por vingança em relação à profissão. "Walter estava alcoolizado e dirigia um veículo, o que dá sustentação à versão do rapaz que atirou contra ele; uma pessoa alcoolizada está mais suscetível a cometer infrações no trânsito", afirmou o delegado referindo-se a Juliano Jadson Lima dos Santos, 21 anos, que matou o agente.
O caso
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Walter conduzia um veículo Fiat e estava na companhia de outros dois agentes, que trabalhavam com ele no Centro de Detenção e Ressocialização (CDR) de Londrina e moravam na mesma "república": Bruno Mazzini da Silva, 26, e Levindo Custódio Júnior, 34.
Os três teriam, naquele domingo (11 de outubro), assistido a um jogo da seleção brasileira no bar Beer House, que fica na Rua Professor João Cândido no centro de Londrina. Ao final do jogo, por volta das 19 horas, foram para o Bar da Silva, ao lado. Perto da meia-noite estavam indo embora, mas decidiram voltar para tomar sopa.
Foi neste momento que teriam cruzado com Juliano. Este também teria bebido na casa de parentes e, inclusive, foi impedido pela mulher de pilotar a motocicleta. Ela foi dirigindo; no entanto, Juliano chegou em casa, tomou banho e lembrou-se de que tinha esquecido seu maço de cigarro na casa dos parentes e voltou lá.
O "encontro" entre o Fiat Uno e a motocicleta foi na rotatória da Rua Capitão João Bussi. Juliano teira sido "fechado" pelo veículo. Resolveu então "tirar satisfação" e alcançou o carro. Segundo sua versão, Levindo, que estava no banco de passageiros, atirou primeiro contra ele. Ele revidou, atingindo Walter com três tiros e Bruno, que estava no banco traseiro, com um projétil. Levindo diz que o rapaz atirou primeiro.
"Sabemos que os quatro tinham bebido muito naquele dia e, por uma infeliz coincidência, se encontraram, terminando com esta tragédia", afirmou o delegado. Bruno estava tão alcoolizado no dia dos fatos que teria vomitado no banco traseiro do carro e afirmou não se lembrar de nada após terem pago a conta no bar.
Juliano já esteve preso por furto – no 2º e 5º Distritos Policiais – porém, nunca foi detido no sistema prisional onde trabalhavam os agentes penitenciários, o que, na avaliação do delegado descarta qualquer possibilidade de vingança.
Denúncia criminal
Com base nas investigações policiais, a Promotora da 1ª Vara Criminal denunciou Juliano por tentativa de homicídio contra Bruno e homicídio contra Walter.
O agente penitenciário Levindo também foi denunciado: ele responderá por tentativa de homicídio contra Juliano.
Mesmo após o indiciamento do agente penitenciário por tentativa de homicídio, os agentes continuam ameaçando greve nas 23 unidades penais do estado e exigindo que a categoria obtenha autorização para porte de arma, já que o trabalho oferece muitos riscos mesmo fora das prisões.