A necropsia encerrada nesta quinta-feira (13) no corpo do legista Carlos Delmonte Printes, 55 anos, encontrado sem vida em seu escritório na tarde desta quarta, na capital paulista, reforçou a convicção da Polícia Civil, que defende se tratar de morte por doença. Há cerca de dois meses, Printes foi acometido de forte gripe após a realização de um curso, a qual evoluiu para pneumonia e, depois, miocardite (inflamação do miocárdio).
O perito foi um dos responsáveis pelos exames realizados no cadáver do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, em 2002, e seu laudo, na época, atestou que o político foi torturado antes de morrer. A versão desmentiu o inquérito policial de então, que defendeu se tratar de crime comum. Recentemente, o caso foi reaberto, em boa parte devido à pressão de parentes de Daniel. Para eles e o próprio Printes, há fortes indícios de execução sumária. Celso Daniel teria sido eliminado, dizem familiares, porque teria descoberto esquema de corrupção na prefeitura de Santo André.
O corpo de Printes foi localizado pelo filho Guilherme, caído no chão, de cuecas, sem apresentar sinais de violência. O local também não aparentava indícios de luta ou arrombamento. Recentemente, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, o perito apresentava sinais de depressão por conta da morte de um filho em acidente de trânsito e de grave enfermidade que vitimou outro.