Promotores de oito estados brasileiros estiveram nesta segunda-feira em Curitiba para discutir o início de uma série de ações integradas para o combate ao crime organizado, especialmente o narcotráfico. Para o procurador-geral de Minas Gerais, Nedens Ulisses Freire Vieira, todos os principais tipos de crime tem como ''pano de fundo'' o narcotráfico.
''Este é o pior problema brasileiro. O narcotráfico está por trás de todos os outros crimes'', generalizou o procurador, que é o coordenador do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas.
O grupo, chamado de ''Chico Lins'', foi criado após o assassinato do promotor Franscisco José Lins do Rêgo Santos, em Belo Horizonte, em fevereiro deste ano. Franscico Lins investigava a máfia dos combustíveis adulterados. Mesmo com a morte dele, Vieira diz que as investigações tiveram avanço. Todos os estados brasileiros teriam ramificação deste tipo de crime.
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''Basta olharmos para o cartel que existe em torno dos preços de combustíveis, a sonegação. E chegaremos logo nos combustíveis adulterados'', concluiu ele.
Quanto a ligação entre combustível adulterado e narcotráfico, o procurador disparou. ''Não dá para dizer que haja uma ligação direta. Mas os solventes usados para colocar nos combustíveis são os mesmos usados para desdobrar a cocaína e o crack.''
Para lutar contra o crime organizado, Vieira acredita que seria necessária uma ação interligada das polícias Civil, Militar e Federal, dos Ministérios Públicos estadual e federal e dos poderes Executivo e Legislativo. ''Temos o trabalho de força-tarefa sendo feito de forma pontual. Isto deveria ser permanente, em nível nacional'', disse ele, ao lembrar de trabalhos como os que foram feitos durante a CPI Nacional do Narcotráfico.
Além do Paraná, apenas têm órgãos específicos do MP formados para o combate ao crime organizado os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.