O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Ponta Grossa (Campos Gerais) cumpriu 19 mandados de busca e apreensão em cinco cidades paranaenses e uma catarinense na manhã desta terça-feira (6), em uma operação contra organização criminosa voltada para fraudes em licitações. Uma das buscas ocorreu no gabinete de um vereador ponta-grossense.
As ordens de busca e apreensão foram expedidas pela 3ª Vara Criminal de Ponta Grossa, que também determinou o afastamento do mandato do vereador e o afastamento da função pública de um servidor municipal, ambos de Ponta Grossa, até o encerramento das investigações.
As outras cidades abrangidas pela operação, batizada de “Pactum”, são Palmeira, Lapa, Curitiba, Guaratuba e Balneário Camboriú (SC). Foram apreendidos telefones celulares, documentos, veículos de luxo, obras de arte e dinheiro em espécie. Uma pessoa foi detida em flagrante por porte irregular de arma de fogo de uso restrito.
Leia mais:
PCPR prende 134 pessoas em operação nacional contra a exploração e abuso infantil
PCPR e PMPR localizam 681 quilos de cocaína em Piraquara
Celulares de delator do PCC foram resetados após apreensão pela polícia em 2022
Homem condenado por matar a esposa é preso 24 anos após o crime no Paraná
As investigações, do núcleo do Gaeco em Ponta Grossa, apuram a existência de organização criminosa composta por agentes políticos, servidores públicos e empresários, voltada à prática dos crimes de fraude a licitações, tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Tiveram início em novembro de 2022, a partir de declarações de um vereador pontagrossense, então relator de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigava o sistema de saúde no município, noticiando que outro parlamentar lhe teria oferecido vantagem indevida para modificar pontos do relatório final da CPI, lançando ainda a suspeita da existência de um esquema de propina envolvendo licitações para a compra de livros por diversas prefeituras e câmaras municipais, inclusive nos estados de Santa Catarina e São Paulo.
No curso das investigações, confirmaram-se indícios de um esquema de propina e direcionamento de licitações nas áreas de shows e eventos, de contratação de empresas para projeto de recuperação tributária e de compra de livros.