Três dias depois do fim de uma rebelião no local, os detentos da Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II) voltaram a se rebelar nesta terça-feira (16). No mesmo bloco da rebelião passada, o bloco 3, um grupo de presos da 9ª galeria fez dois agentes reféns no momento em que o café da manhã era distribuído aos internos, por volta das 7h30. A estimativa da Polícia Militar é que 60 presos participem do motim. Às 19h40, os presos continuavam amotinados.
Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindarspen), a reivindicação dos presos é melhoria nas condições de segurança e na alimentação, dois pedidos que já estavam na pauta da rebelião anterior. A situação, no momento, é considerada menos tensa que a rebelião do final de semana.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública a unidade está cercada, com policiais militares prontos para agir quando acionados. Um dos caminhões utilizados pela Polícia Militar do Paraná para garantir a segurança de Curitiba durante a Copa do Mundo foi deslocado para a PEP II. A tecnologia implantada no interior do veículo será usada para monitorar em vídeo a situação da penitenciária,
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Apesar de a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania informar que não há superlotação na unidade pelo fato de ela estar apta a receber 1.108 presos e estar com 1.037 internos no momento, o Sindarspen lembra que a capacidade original da unidade é de 960 presos, tendo sido aumentada por uma resolução que determinou o acréscimo de presos em celas, sem ampliação da estrutura.
O Paraná vive uma série de rebeliões desde a registrada na Penitenciária Estadual de Cascavel no último dia 24 de agosto. Cinco presos morreram na ocasião.
Os motins se seguiram em Cruzeiro do Oeste e em Piraquara. Em todas agentes penitenciários foram mantidos como reféns.
Na segunda-feira (15), em entrevista ao Paraná TV 1º edição, da RPC TV, o governador Beto Richa (PSDB) falou sobre o assunto. Richa disse que os motins estão sendo investigados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, Polícia Civil e Polícia Miliar.
"O que acontece no Paraná, não tenho dúvida nenhuma, é algo orquestrado e já pedimos investigação. Não posso dizer se é algo político, momento de eleição, se é uma situação aproveitada por facção criminosa ou alguns presos que têm alguma demanda e exigem transferência para suas cidades de origem. Mas algo está acontecendo, não há dúvida", destacou.
O governador prometeu empenho em esclarecer a situação nos presídios paranaenses.
(matéria atualizada às 19h40)