A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta terça-feira (30) a Operação Gaia, que busca combater a importação ilegal de agrotóxicos. Outros crimes investigados são descaminho, organização criminosa e lavagem de dinheiro. No total, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão nos municípios de Terra Roxa, Guaíra, Palotina e Quatro Pontes, no Oeste do Paraná.
De acordo com o delegado Ronaldo Vieira, a investigação começou em 2019 apurando a movimentação financeira de uma organização criminosa especializada na importação ilegal desses produtos.
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“Essas pessoas já tinham sido alvos de outras operações da PF, já tinham sido presas em flagrante por importação de agrotóxico. Todas já tinham tido algum tipo de envolvimento”, disse Vieira à FOLHA.
O delegado explicou que o grupo utilizava “laranjas conscientes” que recebiam os valores e transferiam para os membros da organização. Além disso, há o envolvimento de empresas de comércio que, ou adquiriam os produtos para revendê-los, ou faziam a "mescla" de valores legais e ilegais. “Eles misturavam esses valores para dar uma aparência de licitude. Assim, eles conseguiam fazer a movimentação do dinheiro que era adquirido”.
A PF estima que, entre os anos de 2009 e 2020, a organização criminosa conseguiu movimentar cerca de R$ 90 milhões. E foram justamente essas movimentações financeiras incompatíveis com as declarações dos envolvidos que alertaram as autoridades.
“O ano de 2014 foi o que chamou mais a atenção. Todos os membros tiveram um aumento patrimonial muito grande”, afirmou Vieira. “De declarar R$ 240 mil por ano, mas estar arrecadando R$ 8 milhões por ano”.
Prisões
Até o final da manhã desta terça-feira, os policiais federais já haviam cumprido os mandados de busca e apreensão nos quatro municípios. Segundo Vieira, uma pessoa foi presa em flagrante, em posse dos produtos ilegais, e outra foi detida preventivamente. “E foram apreendidas duas armas de fogo e diversas munições”.
As penas dos crimes investigados - importação ilegal de agrotóxico, descaminho, organização criminosa e lavagem de capitais - podem chegar a 26 anos de prisão.
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