Em depoimento formal prestado no Fórum de Contagem (MG), Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno Fernandes, recuou nesta quarta-feira, 10, em várias partes de suas declarações dadas anteriormente à Polícia Civil. Considerado na fase de inquérito um dos principais colaboradores da investigação sobre o desaparecimento e possível morte de Eliza Samudio, Sales reiterou perante a juíza Marixa Rodrigues que foi coagido, agredido e torturado por policiais.
O réu acusou principalmente o delegado Júlio Wilke. Disse que o policial o asfixiou com um saco plástico e o agrediu com socos. As acusações contra a polícia já haviam sido feitas por Sales recentemente, durante depoimento de testemunhas em Ribeirão das Neves (MG). A Polícia Civil mineira nega qualquer tipo de violência ou ilegalidade cometida contra os denunciados - nove ao todo, que cumprem prisão preventiva.
Sales disse também que ao ser preso, no dia 7 de julho, foi obrigado a prestar depoimento por 14 horas - das 8h às 22h. Ele ainda alegou que não leu o depoimento que assinou.
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Ele reafirmou que mentiu no primeiro depoimento à polícia, quando incluiu Bruno na cena do suposto homicídio em razão das agressões e pressões que afirmou ter sido vítima. "Pela pressão que eles estavam me fazendo eu falei que o Bruno tinha ido. É mentira isso." Ao contrário de declarações anteriores, desta vez Sales também afirmou que não ouviu de Bruno comentários sobre o assassinato de Eliza. Afirmou que soube do suposto homicídio por relatos do menor J., outro primo do goleiro.
A exemplo do que fizeram outros réus que já prestaram depoimento, Sales negou que Eliza tenha sido mantida sob cárcere no sítio de Bruno, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Recuou também das afirmações de que a jovem - ex-amante do goleiro e com quem teria tido um filho - estivesse ferida na cabeça.
O depoimento foi suspenso pouco depois do meio-dia, como pausa para o almoço, e será retomado à tarde.