Reportagem da Revista Veja, publicada nesta sexta-feira (25), revela um sério problema diplomático na fronteira entre Brasil e Paraguai. O cenário é o Rio Paraná, rota do tráfico no Estado. Um agente da Polícia Federal que atua em Guaíra, enviou um e-mail na sexta-feira da semana passada (18) pedindo socorro à Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), em Brasília. Ele informou que, em pelo menos três ocasiões recentes, oficiais da Marinha paraguaia trocaram tiros com policiais brasileiros – acobertando traficantes e contrabandistas no Rio Paraná.
A reportagem revela que o presidente da Fenapef, Marcos Wink, procurou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) - que foi relator da CPI que investigou, em 2006, o tráfico de armas no Brasil.
Em e-mails aos quais o site de VEJA teve acesso, agentes da Delegacia Especial de Polícia Marítima (DEPOM) de Guaíra informam que a Marinha paraguaia tem recebido propina de traficantes e contrabandistas para disparar armas de grosso calibre contra policiais brasileiros. O objetivo seria permitir – em troca de propina – que o tráfico de drogas continue a agir impunemente na região.
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Num e-mail enviado em 21 de março, um dos agentes de Guaíra afirma que nos últimos dois anos houve no mínimo cinco confrontos entre a Marinha paraguaia e a PF. Também conta que uma licitação, aberta para a compra de uma lancha blindada para a PF de Guaíra, foi interrompida sem motivos aparentes.
Uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada em maio de 2010 confirma que não foi a primeira vez que forças brasileiras e paraguaias protagonizaram um tiroteio na região. Nela, um delegado da PF afirmou terem ocorrido, desde março daquele ano, mais de 20 confrontos entre a Marinha paraguaia e agentes federais brasileiros em Foz do Iguaçu. Em um só dia três tiroteios foram registrados.
A Fenapef informou que os tiroteios estão cada vez mais frequentes porque os policiais brasileiros estão frustrando muitas travessias de barcos criminosos pelo Rio Paraná (As informações são da Veja).