Três presos conseguiram fugir na noite de domingo da Delegacia de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Eles cavaram um buraco no chão de um dos seis quadrantes da carceragem. Quando o quarto detento saía pelo buraco do lado externo da delegacia, os plantonistas começaram a ouvir gritos.
"Eu estava ouvindo um adolescente autuado em flagrante, quando a irmã começou a gritar. Fui ver e percebi a fuga. Atirei e consegui evitar o que poderia ter se transformado numa fuga em massa", contou a delegada Delair Manfron, que até assumia interinamente a Delegacia de Araucária.
Os presos que ficaram contaram que a intenção do grupo era a de voltar para dentro da delegacia, render os plantonistas, roubar as armas e soltar os demais detentos. O buraco teria sido iniciado na sexta-feira.
Leia mais:
Homem morre em confronto com a PM durante cumprimento de mandado de prisão em Cambé
Homem denunciado por estupro contra adolescente de Cornélio é preso no Amapá
Homem é preso com peixes e patas de capivara em Operação Piracema em Jaboti
Adolescente de 17 anos é encontrado morto a tiros em plantação de Sertanópolis
A Delegacia de Araucária tem capacidade para 16 presos e abrigava 38 pessoas. "Seria uma fuga em massa, tenha certeza. E não sabemos o que seria feito dos nossos investigadores de plantão", disse a delegada, que já instaurou procedimento administrativo para apurar as causas da fuga. Ela acredita que os presos tenham tido auxílio externo no planejamento da fuga.
A Polícia Militar foi acionada para encontrar os três fugitivos (Sérgio de Araújo, Geraldo dos Santos e João Raimundo dos Santos), todos eles acusados de assalto. O soldado Sérgio Paulo contou que esta foi a terceira fuga este ano na delegacia. "Ali é um caos. Isso sempre acontece", salientou.
A fuga na delegacia de Araucária não é um caso isolado. Somente este mês, foram registrados seis situações consideradas graves em delegacias e distritos da Grande Curitiba. Uma delas foi o resgate de presos na Delegacia de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Entre cinco e oito homens armados invadiram a delegacia se dizendo do Primeiro Comando da Capital - facção criminosa criada em São Paulo e responsável pela última rebelião na Penitenciária Central do Estado (PCE) - e levaram 16 dos 52 presos.
Quatro dias depois, outros 17 presos escaparam de duas celas da mesma delegacia. Os detentos cavaram um túnel e empreenderam fuga. Em Piraquara, uma tentativa de fuga resultou na morte de dois detentos. A delegacia tem capacidade para 15 presos e comporta 43. Em Rio Branco do Sul, quatro presos conseguiram fugir da delegacia após serrarem as grades da cela e da proteção que impedia o acesso aos fundos do prédio. Eles faziam parte de uma quadrilha especializada em assaltos.