Pelo menos cinco cidades do Paraná estão entre os locais com denúncias de adoção ilegal que são investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico Nacional e Internacional de Pessoas no Brasil. O deputado federal Fernando Francischini (PEN) disse nesta segunda-feira (8), em visita à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep), que a CPI deve vir ainda em abril de 2013 ao Paraná para analisar denúncias sobre tráfico humano no estado.
Francischini é vice-presidente da CPI, que investiga os casos de tráfico de pessoas no período de 2003 a 2011 no Brasil. Em entrevista ao Portal Bonde, o deputado disse que o Paraná é um dos estados com mais suspeitas de tráfico humano no Brasil, em especial por causa da fronteira com o Paraguai. Na vinda ao estado, a CPI deve investigar casos que acontecem em pelo menos cinco cidades, entre elas Curitiba.
"A maioria das cidades com denúncias são do interior, que têm muita gente pobre, sem informação", afirma Francischini. Os casos investigados envolvem suspeita de adoção ilegal e falsificação de documentos para adoção. A ONG norte-americana Limiar, com representantes no Brasil, é a principal suspeita nos casos de adoção ilegal.
Leia mais:
Bolsonaro é plano A, posso ser o plano B, diz Eduardo sobre eleição de 2026
Comissão de Constituição e Justiça aprova projeto que transforma Detran em autarquia
Plano de precatórios garante economia milionária para Londrina
Reforma da Câmara Municipal de Londrina deverá ser entregue somente em 2025
Segundo o deputado, a cada dia surgem mais denúncias semelhantes. "A denúncia é de que a ONG pediria dinheiro como forma de doação, para intermediar casos de adoção, para estrangeiros terem contato com as crianças".
Na cidade de São João do Triunfo, no Sul do Estado, segundo o deputado, as informações mais recentes mostram que seriam dez meninos e meninas que teriam sido levados ilegalmente para adoção no exterior, além de outros 18 casos semelhantes de menores com suspeita de terem sido traficados do Paraná para outros estados do Brasil.
Os membros da CPI devem permanecer no estado em abril por até três dias, no que deve ser a primeira de muitas visitas para analisar os casos de suspeita de tráfico humano. Uma reunião está marcada para as 10 horas desta terça-feira (9) para definir os detalhes dos trabalhos da CPI no Paraná.
No final dos trabalhos da CPI, segundo Francischini, a comissão deve fazer um relatório para sugerir a mudança na legislação de adoção no Brasil. (atualizado às 19h10)