O advogado Inocêncio Mártires Coelho defendeu nesta segunda a absolvição do seu cliente, o ex-líder pelo PMDB na Câmara José Borba (PR), dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva no processo do mensalão. No Supremo Tribunal Federal (STF), o defensor disse que o Ministério Público cometeu "inúmeros equívocos".
Atual prefeito em Jandaia do Sul (PR), José Borba é réu por ter recebido R$ 200 mil do esquema comandado pelo publicitário Marcos Valério. O advogado de Coelho disse que o processo está "cheio de furos". "As provas não são robustas, são anêmicas", afirmou. Para ele, o MP precisava demonstrar o envolvimento de Borba, "mas não conseguiu, não demonstrou".
Coelho questionou a lisura das testemunhas que o acusam de ter recebido recursos do "valerioduto". O advogado lembrou que Simone Vasconcelos, ex-diretora financeira de uma das agências de Valério, afirmou que o ex-deputado recebeu R$ 1,1 milhão, enquanto o publicitário mencionou mais de R$ 2 milhões.
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"Até as suas listas de supostos repasses não são consistentes", afirmou o defensor de Borba, referindo-se aos documentos entregues por Marcos Valério no início do escândalo, em 2005. "É difícil tomar por reais os depoimentos dessas pessoas", alertou. "Não há registro, não há anotação, não há o nome, não há prova material envolvendo José Borba. Mas, ainda assim, ele recebeu dinheiro", criticou.
Para o advogado, a única decisão "correta e justa" do Supremo seria absolver Borba por absoluta falta de provas.