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"Estranheza"

Advogado nega relação entre delator da Publicano e Alberto Youssef

Guilherme Batista - Redação Bonde
10 jul 2015 às 15:18
Luiz Antônio de Souza segue preso suspeito de participar do esquema na Receita e, também, de uma rede de exploração sexual de adolescentes - Gustavo Carneiro/Equipe Folha
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O advogado Eduardo Duarte Ferreira, que defende o delator da Operação Publicano, auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, recebeu "com espanto e estranheza" a informação de que o doleiro Alberto Youssef prestou depoimento, na manhã de quinta-feira (9), sobre o suposto esquema de cobrança de propina descoberto dentro da Receita Estadual em Londrina. Acusado de operar a lavanderia de dinheiro do PP no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, Youssef foi ouvido por representantes da Procuradoria Geral da República (PGR) em Curitiba, onde está preso. Ele teria sido sondado pelos promotores para saber se poderia colaborar com informações relacionados ao fato de a campanha à reeleição do governador Beto Richa (PSDB) ter, supostamente, recebido cerca de R$ 2 milhões do esquema da Receita Estadual. A suposta arrecadação em prol da campanha do tucano foi revelada, em depoimento, justamente por Luiz Antônio de Souza, após o firmamento de um acordo de delação premiada com o Ministério Público (MP). O advogado do auditor fiscal garantiu que o cliente dele não possui nenhum tipo de relação com o doleiro londrinense. "Nunca ouvi falar do nome do senhor Alberto Youssef, nem por parte da acusação (Ministério Público), muito menos por parte do meu cliente", destacou em entrevista ao Bonde nesta sexta-feira (10).

Se há algo que ligue Souza a Youssef, de acordo com o advogado, "a defesa desconhece". "Eles devem ter aberto um procedimento geral para aveirguar as questões de campanha", especulou. Ainda conforme Ferreira, os fatos apurados pela PGR podem envolver não só a última campanha eleitoral, mas também as de outros anos. O defensor garantiu, ainda, que o cliente dele não foi convocado para prestar esclarecimentos à Procuradoria Geral da República. "Ele está à disposição do Ministério Público, tanto do Estadual quanto do Federal", concluiu.

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As duas fases da Operação Publicano já denunciaram mais de 200 pessoas à Justiça, entre auditores, empresários, contadores e advogados, por participação no suposto esquema de cobrança de propina da Receita. Conforme as investigações, os fiscais envolvidos reduziam ou anulavam dívidas tributárias de empresas em troca da vantagem indevida. Ainda segundo o MP, Márcio Albuquerque de Lima, ex-inspetor-geral de fiscalização da Receita, coordenava o esquema sob as ordens do empresário Luiz Abi Antoun, primo de Beto Richa e figura influente na gestão tucana.


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