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Após pedido de prisão preventiva, esposa de Sérgio Cabral se apresenta à Justiça

Agência Brasil
06 dez 2016 às 18:09

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A Justiça Federal no Rio de Janeiro decretou hoje (6) prisão preventiva da esposa do ex-governador Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, acusada de crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. A Polícia Federal esteve na casa de Adriana para cumprir o pedido de prisão, no Leblon, zona sul do Rio, mas não a encontrou. Ela se apresentou há pouco à 7ª Vara Federal Criminal, na presença de advogados.

As denúncias são fruto da Operação Calicute, desdobramento da Operação Lava Jato, que desvendou esquema de corrupção e fraudes envolvendo funcionários públicos de alto escalão, grandes empreiteiras, pessoas físicas e jurídicas especializadas na lavagem de dinheiro, além de políticos. Cabral está preso desde de 17 de novembro, acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e organização criminosa.

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Na decisão, o juiz federal Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, acatou a denúncia do Ministério Público Federal, ao citar que Adriana Ancelmo ocultava os recursos recebidos indevidamente pelo marido, ajudando-o a desviar milhões de reais dos cofres públicos, por meio da estrutura de seu escritório de advocacia.

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"A requerida, advogada de grande prestígio no meio forense, não está sendo investigada pela prática de atos que ela teria cometido no exercício de função pública, e sim por participar de uma grande organização criminosa", disse o magistrado.

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A sentença justifica que a permanência de Adriana em liberdade representa risco à ordem pública e às investigações. "A permanência de Adriana Ancelmo em liberdade representa evidente risco à ordem pública, sendo grande a probabilidade de que a mesma continue na prática de ilícitos e persevere na ocultação do produto dos crimes perpetrados contra a administração pública. Com efeito, a prisão preventiva de Adriana Alcemo permitirá pôr termo ao 'ciclodelitivo' da organização criminosa e da lavagem e ocultação de ativos ora apontados, empreendida de forma disseminada e ostensiva pelos envolvidos, especificamente pela requerida, sendo ineficaz qualquer outra medida cautelar prevista no Artigo 319 do Código de Processo Penal."


No fim de novembro, o juiz já havia determinado o bloqueio de bens de Adriana e do escritório de advocacia Ancelmo Advogados, de propriedade dela.


Acordos de delação premiada de executivos da empreiteira Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia afirmaram que o esquema era liderado por Cabral que cobrou propina de quase todas as grandes obras públicas de construção civil realizadas pelo governo do estado. A prática dos delitos, segundo o MPF, teve início no primeiro mandato de Sérgio Cabral, em 2007, acusado de liderar o esquema formado pelos executivos das empreiteiras organizadas em cartel, por gestores públicos do governo estadual, operadores financeiros.

A Operação Calicute, desencadeada no dia 17 de novembro, prendeu ex-governador Sérgio Cabral e oito pessoas ligadas a ele. Adriana Ancelmo foi alvo de condução coercitiva, no dia da prisão do marido, quando prestou depoimento na sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio e em seguida foi liberada. Os agentes federais também cumpriram mandado de busca e apreensão no Escritório Ancelmo Advogados.


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