As mãos que empunharam uma metralhadora, apavorando 300 pessoas no interior da antiga agência central do Banestado, em Londrina, hoje conduzem o arco de um violino.
Aos 47 anos, ''Moreno'' é um pacato evangélico e rege sua vida pela leitura da Bíblia. Por volta das 11 horas da manhã do dia 10 de dezembro de 1987, ele e mais seis comparsas invadiram o banco na Avenida Paraná (atual Calçadão), renderam clientes e funcionários e fugiram sete horas depois em um ônibus, levando 14 reféns e R$ 2,4 milhões (valor atualizado).
Vinte anos depois, um dos episódios mais lendários da história de Londrina - ironicamente ocorrido no dia do aniversário da cidade - reside com detalhes na memória do homem apontado como líder do grupo. Moreno foi condenado por assalto, sequestro, formação de quadrilha e extorsão. Ficou 17 anos na cadeia e só ganhou a liberdade no ano passado. Encontrado pela reportagem da FOLHA, ele rompeu o silêncio que manteve sobre o caso e se mostrou arrependido. Agora é um homem em busca da paz.
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Algumas cenas do assalto estão vívidas na memória de Moreno, como a multidão ensandecida com o espetáculo que aplaudia os criminosos e gritava palavras de ordem contra o governo. A mídia sensacionalista foi ao delírio, repórteres trocaram sopapos em meio a 200 policiais plantados em frente à instituição. Encapuzado, Moreno lembra que ganhou o apelido porque as pessoas só viam a cor do braço que segurava uma pistola no interior da agência.
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