A Assembleia Legislativa (AL) do Paraná lançou o edital de um pregão para gastar até R$ 2,3 milhões com a compra de um novo painel eletrônico e com a modernização do sistema de votação na Casa. O valor inclui, além dos equipamentos, serviços de instalação, integração, treinamento e manutenção para os próximos 12 meses. Na justificativa, a diretoria de apoio técnico diz ser necessário garantir uma "solução completa de gestão das atividades em plenário". A licitação acontece na próxima sexta-feira, às 10 horas, na modalidade presencial.
Segundo o presidente da AL, Ademar Traiano (PSDB), o sistema atual, instalado em 2008, já estaria defasado. "A Assembleia não pretende gastar. Ela abriu uma licitação e tem um limite, um teto, porque é isso que estabelece a lei, e é lógico que, em tendo participantes, o valor pode reduzir. Agora, é importante que nós estamos modernizando a Casa. Teremos economia no futuro, em papel. Hoje nós gastamos ou consumimos em torno de 35 mil folhas só para a pauta", contou. Conforme o tucano, a impressão da ordem do dia para os 54 deputados estaduais representa em torno de 80% dos materiais xerocados no parlamento.
Entre os itens previstos no edital estão controladoras para vídeo multimídia, displays, terminais de acompanhamento de votação, monitores para exibição dos conteúdos transmitidos durante as sessões, câmeras e terminais de captação de áudio e controle de palavra. "Nós teremos o ponto biométrico e a possibilidade de o parlamentar, do seu próprio local onde senta, acessar tudo o que ocorre dentro da Assembleia – projetos de lei, Constituição Estadual e Federal, regimento interno... Enfim, é um processo que otimiza tempo", completou Traiano. Atualmente, para registrar presença é necessário digitar uma senha.
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O líder do governo Luiz Cláudio Romanelli (PSB) defendeu a medida. "Não conheço o processo que está sendo proposto, mas confio no discernimento da Mesa Diretora. Certamente, estão fazendo algo para melhorar e dar transparência ao processo legislativo. Penso eu que é fundamental acabar com as dezenas de milhares de toneladas de papel desnecessárias", opinou. Já Nereu Moura (PMDB), membro da bancada de oposição, disse que o momento de crise requer prudência. "Você não pode congelar o salário dos servidores do Estado e gastar em algo que seja supérfluo. Não que o painel seja supérfluo, mas (o atual) está atendendo bem à demanda."