O primeiro dia de audiências para ouvir testemunhas arroladas pela defesa no processo relativo à Operação Publicano 1 – que apura a existência de uma organização criminosa incrustada na Receita Estadual de Londrina e com ramificações na cúpula, em Curitiba, segundo acusação do Ministério Público (MP) – foi rápida. Apenas seis pessoas prestaram depoimentos e a sessão durou apenas uma hora.
No total, estavam marcados para ontem 31 depoimentos, mas várias testemunhas foram dispensadas pelos advogados dos réus e outras prestarão declarações escritas sobre o caráter dos acusados, por se tratarem de testemunhas abonatórias, ou seja, sem conhecimento dos supostos fatos criminosos.
Um dos que prestaram depoimento ontem foi o delegado da Policia Civil Manoel Pelisson, arrolado pelo investigador André Santelli, que, no processo da Publicano, responde por ter supostamente, a pedido da organização criminosa, tentado cooptar um policial do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para obter informações privilegiadas acerca das investigações na Receita. O delegado restringiu-se a confirmar que trabalhou com Santelli e que somente conhecia os atos ilícitos atribuídos a ele pela imprensa.
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O depoimento mais longo foi do auditor Carlos Roberto Panaro, que trabalha há mais de 20 anos na Receita de Londrina e disse desconhecer a existência do esquema criminoso.
Para hoje, foi convocado o atual delegado da Receita de Londrina José Carvalho Júnior. Ele foi arrolado por três colegas auditores réus no processo. Em princípio, também foram convocadas 31 testemunhas para hoje, mas, novamente, pessoas devem ser dispensadas pelos advogados.
As audiências da Publicano começaram na segunda-feira passada, com os depoimentos de 27 testemunhas de acusação, e seguem até 10 de março, quando todos os 52 réus residentes em Londrina devem ser ouvidos. Ao todo, são 73 acusados, mas alguns moram em outras cidades e serão ouvidos por carta precatória.