Três auditores da Receita Estadual do Paraná em Londrina, que estão presos em decorrência de desdobramentos da Operação Publicanos, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foram interrogados ontem sobre fatos novos que surgiram na investigação, que trata de uma superorganização criminosa que agia na Receita de Londrina, achacando empresários da região.
Segundo o delegado do Gaeco, Alan Flore, os fatos novos se referem a quatro empresas de quem os auditores exigiram propina ou que efetivamente pagaram suborno aos auditores para não serem multadas por irregularidades no recolhimento de ICMS.
Dois auditores – Iris Mendes Silva e Cláudio Tosatto – foram presos na quarta-feira passada e Orlando Aranda está preso desde fevereiro em decorrência de suposto envolvimento com um esquema de exploração sexual de adolescentes.
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Silva teria exigido propina de R$ 400 mil de uma indústria de tubos. Como o empresário teria resistidos à exigência, o auditor aplicou multa de R$ 4 milhões contra a empresa. Para o advogado de Silva, Wesley Tomazeviski, trata-se de um auto de infração válido. "É um auto de infração sem qualquer tipo de mácula. Meu cliente apenas executou seu trabalho de auditor", disse, negando que o fiscal tenha exigido propina.
Quanto a Tosatto, ele é investigado por ter exigido – e recebido –
R$ 50 mil de propina de outra empresa, cujo nome e ramo não foi revelado. Tomazeviski, que também defende Tosatto, disse que seu cliente nega ter exigido ou recebido vantagem indevida. O advogado de Aranda preferiu não conversar com a imprensa.
O delegado Alan Flore disse que os três serão indiciados por formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção, juntamente com outros auditores já indiciados na primeira fase da operação: Luiz Antonio de Souza e Ranulfo Mendes. Até agora, 28 pessoas já foram indiciadas.