Como já havia antecipado em entrevista à Folha de Londrina, o ex-secretário de governo de Londrina Gino Azzolini Neto negou nesta terça-feira, em seu depoimento à CPI da Copel, que tivesse conhecimento dos detalhes da compra de ações da Sercomtel pela Copel, bem como do destino dos recursos.
Azzolini empurrou a responsabilidade para o ex-presidente da Sercomtel Rubens Pavan e para o ex-secretário da Fazenda de Londrina Luiz César Guedes.
A Copel comprou da Sercomtel em 1998 45% de suas ações, numa negociação que rendeu R$ 186 milhões.
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''O responsável pela venda era o Rubens Pavan e depois que o dinheiro entrou na prefeitura quem geria os recursos era o senhor Guedes'', afirmou Azzolini.
No último dia 3 de abril, tanto Pavan como Guedes também disseram que não sabiam como as operações ocorreram.
Segundo o ex-secretário municipal de Fazenda, quem autorizava as solicitações de empenho de recursos da prefeitura era o secretário de governo, Azzolini. ''Isto não era de minha competência'', garantiu.
Também prestou depoimento nesta terça-feira o ex-servidor da Copel Alceu Adalberto Fardin.
Ele e Azzolini já haviam sido convocados para a sessão do dia 3, mas não compareceram. Fardin também não acrescentou informações à investigação.
Ele afirma que só teria participado de um pagamento feito pela Copel à Sercomtel e, ainda assim, apenas porque o funcionário encarregado estava de férias.
Na sessão do dia 3, Pavan chegou a afirmar várias vezes que a pessoa certa para responder às indagações seria o ex-prefeito Antônio Belinati (sem partido), que conduziu o processo mais diretamente.
A convocação do ex-prefeito não está descartada pelos parlamentares. Eles ainda pretendem ouvir mais envolvidos e requerer mais documentos para as investigações.
A CPI tem 120 dias, prorrogáveis, para apurar se a transação foi lesiva ou não aos cofres públicos.