A bancada do PMDB na Assembléia Legislativa, composta por sete deputados, decidiu ontem pedir explicações ao deputado federal José Borba (PMDB-PR). "Queremos saber exatamente quais são as relações dele com a Prefeitura de Maringá", disse o líder do partido na Casa, Nereu Moura, que foi reconduzido ontem à liderança do PMDB. Moura está encaminhando um ofício à Comissão de Ética do partido, solicitando que a comissão convoque Borba para esclarecer o assunto. "Se considerarmos suas respostas convincentes, vamos pedir a desfiliação", emendou Moura.
Segundo ele, não está descartada a possibilidade de expulsão. "Mas só se ele não quiser se explicar", frisou o deputado.
Moura disse que conversou ontem pela manhã com o senador Roberto Requião (PMDB), presidente do partido. "Comentei a possibilidade de pedir a expulsão do Borba, mas na reunião com a bancada decidimos esperar que ele se pronucie", contou. Orlando Pessuti (PMDB), líder do bloco de oposição, destacou que não pode haver pré-julgamento dos fatos. "É importante que ele (Borba) possa esclarecer o assunto, e o partido precisa ouvi-lo", argumentou Pessuti.
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Borba já se comprometeu a devolver os R$ 92,1 mil desviados da Prefeitura de Maringá, que acabaram depositados na conta do extinto IPC (Instituto de Previdência dos Congressistas) para pagamento de contribuição previdenciária. Ele admitiu que foi beneficiado pelo depósito mas disse que apenas fez um empréstimo pessoal junto ao ex-secretário da Fazenda Luis Antônio Paolicchi. Borba afirmou que não conhecia a origem do dinheiro.
A Folha procurou ontem o deputado José Borba em seu gabinete em Brasília e também no celular, mas ele não foi encontrado.
Borba decidiu se pronunciar e compareceu espontaneamente ao Ministério Público em Maringá, na segunda-feira, acompanhado do advogado Roberto Bertoldo. Em carta entregue ao promotor de Proteção ao Patrimônio Público de Maringá, José Aparecido da Cruz, o deputado federal afirmou que "solicitarei a meus advogados que tomem todas as providências no sentido de auxiliar as investigações acerca do tema em questão, bem como demonstrar a ausência de responsabilidade de minha parte, seja neste ou em qualquer outro ato praticado pelo Sr. Paolicchi ou de qualquer outro servidor". Em outro trecho da carta Borba disse que "Desde já, terminantemente afiro que jamais compactuei com qualquer tipo de irregularidade, prejuízo ou desperdício de dinheiro público, e que especificamente em relação a este caso, asseguro não ter praticado nenhum ato voluntário ou involuntário de modo a autorizar, facilitar ou promover qualquer desfalque ou desvio".