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Violência de policiais

"Bandido bom é bandido morto", diz deputado do PSDB

Agência Brasil
19 set 2012 às 18:11

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"Bandido bom é bandido morto". Assim o líder do PSDB na Assembleia Legislativa de Goiás, Túlio Isac, reagiu às críticas que o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, Mauro Rubem (PT), fez ontem (18) à tarde à política de segurança pública do governador Marconi Perillo.

"Deixa a polícia trabalhar, deputado", disse Isac durante sessão da Assembleia Legislativa. Da tribuna, ele defendeu o aumento do número de policiais e a criação de uma força de elite. "Carregue as armas e meta bala nos vagabundos que atormentam a vida dos trabalhadores". Minutos antes, também da tribuna, Mauro Rubem tinha classificado o governo do estado de omisso em relação a possíveis desmandos policiais.

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Às vésperas da audiência pública em que o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) discutiria denúncias de envolvimento de policiais militares (PMs) goianos em assassinatos e no desaparecimento de pessoas, os discursos dos dois parlamentares evidenciaram duas formas distintas de encarar a atuação da polícia para garantir a segurança da sociedade.

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Para Rubem, a falta de um controle mais rígido da atividade policial, de apuração das denúncias e de punição dos responsáveis por desmandos tem vitimado inocentes e contribuído para o aumento da sensação de insegurança em Goiás. No último dia 21, Rubem apresentou ao CDDPH relatório da Comissão Estadual de Direitos Humanos sobre o desaparecimento de 36 pessoas após abordagem de policiais, no período de 2000 a 2010. De acordo com o relatório, que denuncia outros abusos, entre os desaparecidos, há um garoto de 12 anos. Após receber as denúncias, o CDDPH decidiu fazer uma reunião extraordinária na capital goiana.

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Embora sem comentar especificamenteos casos apontados no relatório, Isac defendeu os PMs goianos, dizendo que os bandidos não hesitam em reagir à ação policial e que, se a corporação não age com rigor, ninguém visita as famílias das vítimas dos criminosos, que permanecem à solta. "Hoje, o policial não pode sacar a arma. O policial só pode atirar se o bandido atirar primeiro e errar", disse Isac.


Segundo ele, se bandidos houvessem sido "aniquilados", o radialista e comentarista esportivo Valério Luiz "ainda estaria vivo". Filho do comentarista esportivo Manoel de Oliveira, Luiz foi morto a tiros em julho deste ano. O crime ainda está sendo apurado. Na época, o pai do radialista chegou a dizer que perdeu o filho para o futebol. Dias depois, o então comandante de Missões Especiais da Polícia Militar, tenente-coronel Wellington Urzêda, foi afastado do caso após a mulher de Luiz ter questionado o fato de, até pouco antes do crime, o militar fazer parte da diretoria do Atlético Goianiense. A gestão dele tinha sido duramente criticada pelo radialista.


Na semana passada, Urzêda foi afastado temporariamente do Comando de Missões Especiais da Polícia Militar de Goiás e está sendo investigado por denúncias de envolvimento em um grupo acusado de responsável pelo desaparecimento de várias pessoas nos últimos 11 anos.

A audiência pública do CDDPH começou no início da tarde de hoje, na sede do Ministério Público Federal, em Goiânia. É a terceira vez que o conselho, vinculado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, reúne-se fora de Brasília. As reuniões anteriores foram no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.


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