O prefeito de Londrina, Homero Barbosa Neto (PDT), declarou na manhã desta terça-feira (7), em entrevista coletiva, que todas as acusações feitas a ele e a sua esposa, Ana Laura Lino Barbosa, de participação no desvio de verbas da área da Saúde têm cunho político, em virtude da proximidade do pleito eleitoral.
Ao mesmo tempo, Barbosa disse que o processo não tem provas contra ele e sua esposa. Ele questionou onde está o dolo do prefeito se mesmo com a quebra do sigilo bancário e telefônico não foi pêgo nenhum cheque ou gravação suspeita. "Eu esperava que houvesse algum tipo de prova, além de testemunhas. Por que não foi encontrado um depósito em nossas contas ou em contas de pessoas ligados a nós? Por que não tem uma gravação? Agora vou ter que gastar com advogado. Há muita retaliação, preconceito e adversários políticos derrotados em campanha que estão insuflando tudo isto. Eu vejo isso como um troféu porque acabamos com a corrupção, glosamos (suspendemos) os pagamentos de mais de R$ 2,5 milhões devido às suspeitas. Há uma inversão de valores aqui", disse o prefeito.
Para Barbosa, a suspensão dos pagamentos dos institutos Gálatas e Atlântico devido a indícios de notas frias não agradou algumas pessoas. "Políticos que perderam a eleição querem retaliar a minha administração", concluiu.
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"Eu estou pedindo para que o Tribunal de Justiça possa fazer este tipo de ação o quanto antes porque afinal quem fica sangrando, se expondo, é a prefeitura, o prefeito e a própria saúde", adiantou.
Quando questionado sobre o envolvimento do ex-procurador jurídico, Fidélis Canguçu, Barbosa disse que não tinha conhecimento do envolvimento dele com as Oscips. "Confiei no procurador assim como confio nos secretários. Como eu iria saber que ele tinha algum envolvimento com os institutos?".
O prefeito disse ainda que não participou da escolha dos institutos e que sua preferência sempre foi pela Santa Casa e pelo HUTec. "O conselho municipal de saúde é que fiscaliza os recursos enviados pela União ao município. O conselho é que indicou as duas Oscips. Isso foi contra a minha vontade. Eu respeitei a decisão do próprio secretário da época que estava sendo pressionado pelo conselho".
Sobre o envolvimento com o empresário Ruy Nogueira Neto, o prefeito afirmou que o recebeu junto com o presidente do Instituto Atlântico, Bruno Valverde, apenas por alguns minutos e que o encontro não teve ligação com os institutos. "Recebi como recebo todos que me procuram", alegou.
Barbosa disse também que a primeira-dama Ana Laura Lino Barbosa nunca participou de reuniões do conselho de saúde e que trabalhava apenas como voluntária na área da saúde.
O prefeito não apresentou nenhuma prova ou documento que possa mudar os rumos das investigações.