Há cerca de dois anos, em junho de 2008, já havia uma suposta relação comprometedora entre Barbosa Neto e então presidente do Ciap, Dinocarme de Oliveira, segundo afirmou em depoimento ao procurador-geral da república o ex-assessor parlamentar Luciano Ribeiro Lopes, que trabalhou com Barbosa na Câmara Federal.
Hoje, em entrevista coletiva, Barbosa admitiu que Dinocarme doou dinheiro para sua campanha e que o conhece há mais de 20 anos, mas negou qualquer irregularidade nos atuais contratos de prestação de serviços firmados entre a prefeitura e o Ciap.
Em reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense em 30 de junho de 2008, Luciano afirmou ter testemunhado negociações entre Barbosa, sua esposa, Ana Laura Lino Barbosa, e Dinocarme, que seriam resultado da assinatura de um convênio de R$ 3 milhões entre o Ciap e o Ministério do Trabalho – o Projovem – no final de 2007.
Leia mais:
Câmara de Cambé poderá aumentar número de cadeiras a partir de 2029
Vereadores aprovam projeto de lei para receber 13° salário em Cambé
Assembleia Legislativa recebe oito mil sugestões de paranaenses para orçamento
Câmara de Londrina vota nesta terça-feira Projeto de Lei que atualiza parcelamento do solo
Segundo a reportagem, Luciano disse que foi o deputado quem escolheu a entidade e a indicou ao Ministério do Trabalho. O convênio seria "uma forma de compensação financeira pela ajuda que Dinocarme deu a Barbosa Neto na campanha passada e para a rádio (Brasil Sul, de propriedade de Barbosa), que é deficitária", afirma o texto.
Luciano disse ao jornal ter visto Ana Laura abrir a bolsa e que dentro dela havia R$ 50 mil para pagar os funcionários da rádio. "O ex-assessor político sustenta que uma das formas para justificar esses recursos da ONG era superfaturar o valor dos anúncios da faculdade Inesul, ligada à Ciap, na rádio. A parceria era tamanha que o deputado usava o jatinho particular de Dinocarme para se deslocar no estado, de acordo com o ex-funcionário", prossegue a reportagem do Correio Braziliense.
À época, na Câmara Federal, Barbosa negou as acusações em discurso na Câmara Federal.
O prefeito sempre atribuiu as denúncias de Luciano Lopes – que também incluíam a contratação de funcionários fantasmas na Câmara Federal – a uma articulação feita pelo deputado Luiz Carlos Hauly, um de seus adversários nas eleições para a prefeitura de Londrina, em 2008.
Posteriormente, Luciano acabou preso na casa do deputado Alex Canziani, que foi aliado de Barbosa no primeiro turno da eleições. A acusação era de extorsão, em flagrante que teria sido armado por Barbosa.