Com o final do prazo para mudanças partidárias, encerrado neste sábado, a base de sustentação ao governador Jaime Lerner (PFL) na Assembléia Legislativa levou vantagem no arremate das novas bancadas. O PFL está se fortalecendo para a corrida eleitoral que decidirá o novo governador, no próximo ano. Lerner aposta que consegue fazer sucessor em 2002, apesar do avanço da oposição, pavimentado principalmente graças às críticas à venda da Copel. A oposição se beneficia ainda do desgaste natural do governo no Estado, que já está na segunda gestão.
As costuras garantiram ainda a mudança de quatro secretários e da vice-governadora, Emília Belinati. Todos saíram do PTB para engrossar as fileiras pefelistas. A bancada do PFL permanece com nove deputados.
O PTB, grande aliado do governo no Legislativo, quase sofreu uma debandada geral, por conta de desentendimentos internos, mas a crise foi contornada. A bancada fica com oito parlamentares. No balanço do troca-troca, contabilizou uma baixa. O vice-líder do governo, Ademar Traiano, poderia deixar o PTB e optar pelo PFL, até o final da tarde. Ele disse que, em tese, ficaria no partido, mas não descartou a mudança de última hora.
Leia mais:
Investigação sobre desvios em compra de vacina da Covid volta ao STF, e PGR analisa em segredo
Lula tem alta da UTI e passa a ter cuidados semi-intensivos no hospital
Proposta nacional é mais flexível sobre armazenamento de celular na escola
Lula tem dreno removido, segue lúcido e bem, informa boletim médico
O PSDB cresceu e recebeu adesões importantes, como a do presidente da Assembléia, Hermas Brandão, em processo de filiação à legenda. A bancada faz agora o diferencial na base de apoio. Com sete parlamentares, está composta por aliados do governo. Antes, os tucanos se dividiam entre o apoio ao Palácio Iguaçu e as diretrizes do senador Alvaro Dias (PDT), antigo presidente da legenda no Paraná.
O PDT - sigla da oposição - teve crescimento expressivo. Antes com dois parlamentares, hoje conta com seis. O PMDB teve uma adesão, e o PT não alterou o número.
As bancadas federais também sofreram alterações. O deputado Max Rosenmann trocou o PSDB pelo PMDB, partido ao qual já havia sido filiado. O ninho tucano teve outra baixa em Brasília. Flávio Arns assinou ficha no PT. Affonso Camargo deixou o PFL para entrar no PSDB. Airton Roveda deixou o PSDB e foi para o PTB.
O panorama partidário também mudou significativamente no secretariado do governador. O titular da pasta da Saúde, Armando Raggio, foi para o PSDB. Já os secretários Nelson Justus (Transportes), José Tavares (Segurança), Augusto Canto Neto (Obras) e Eduardo Sciarra (Indústria e Comércio) deixaram o PTB e entraram no PFL.
O deputado federal Luiz Carlos Hauly, ex-presidente do PSDB no Paraná e aliado político do senador Alvaro Dias (PDT), garantiu que fica no ninho tucano.
O secretário da Agricultura, Antonio Poloni, puxa a fila dos que vão deixar o primeiro escalão do Executivo para se dedicar ao partido e às eleições. Poloni saiu do PTB e assinou ficha no ninho tucano. A legenda no Paraná agora está nas mãos do ex-governador José Richa e do diretor brasileiro da Itaipu, Euclides Scalco. Poloni é ligado a Scalco. Richa volta a assinar ficha no PSDB nos próximos dias. Scalco já se filiou - em tempo hábil para lançar candidatura. Eles haviam deixado o partido em 1996, com a entrada de Alvaro Dias.