A edição desta terça-feira (20) do jornal Valor Econômico traz uma reportagem especial sobre Londrina. A publicação relembra as dificuldades enfrentadas pela cidade desde a "geada negra" de 1975 aos casos de corrupção dos últimos anos. Segundo a reportagem, a cidade nasceu forte e moderna por conta do "ciclo de prosperidade" do café e precisou se reinventar após a geada.
O Valor Econômico cita as diversas eleições de Antonio Belinati (PP) como prefeito de Londrina - a primeira delas dois anos após a "geada negra" - e lembra que o estilo dele de fazer política ganhou até termo: o "belinatismo". "Depois de Belinati, a história de Londrina passou a alternar entre dois ciclos: uma gestão de Belinati seguida, na eleição seguinte, de um "anti-Belinati", que representasse alternativa de mudança, em disputas acirradíssimas", escreve Lígia Guimarães, repórter do jornal.
O Valor define Belinati como um "político de carreira" e lembra ele que tem nos Cinco Conjuntos o seu principal "curral eleitoral". A publicação destaca que o pepista foi cassado no final da década de 1990, acusado de usar recursos públicos para promoção pessoal, além de ser impedido de assumir a prefeitura pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após ganhar as eleições de 2008.
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O jornal lembra, ainda, da cassação de Barbosa Neto (PDT) em 2012, e que, naquele ano, três pessoas ocuparam a cadeira de prefeito de Londrina em menos de dois meses.
A publicação também destaca a eleição apertada de Alexandre Kireeff (PSD) há mais de dois anos, e que a administração dele está tentando criar mecanismos para trazer transparência à máquina pública e combater eventuais casos de corrupção. "Acho que Londrina já fez sua lição de casa e não tem mais espaço para retrocesso. Como alguém vai tomar medidas, no futuro, para deixar as contas menos transparentes ao público?", questionou o prefeito na reportagem.
Lava Jato
O Valor Econômico lembra que são de Londrina dois dos principais pivôs da Operação Lava Jato: o doleiro Alberto Youssef e o deputado cassado André Vargas (PT). Segundo a reportagem, os dois também são réus no caso AMA/Comurb, maior escândalo de corrupção da história londrinense e que resultou na cassação do mandato de Belinati.
Vargas é acusado de receber R$ 10 mil do caixa dois do pepista. Já Youssef teria lavado dinheiro recebido como pagamento por serviços contratados em licitações fraudulentas na então Autarquia Municipal de Saúde. O objetivo final, segundo as investigações, era desviar cerca de R$ 185 milhões obtidos com avenda de 45% das ações da Sercomtel, telefônica municipal, para a Copel.
Condenado no processo, Vargas recorreu da sentença. Youssef, por sua vez, ainda espera por julgamento. (com informações do jornal Valor Econômico)