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Declaração

Bolsonaro está à beira de um ataque de nervos e será preso se não for reeleito, diz ex-aliado

Catia Seabra/Folhapress
14 jul 2021 às 11:45
- Reprodução/Facebook
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Hospedeiro por um ano do QG da campanha de Jair Bolsonaro (sem partido) à Presidência, entre 2017 e 2018, o empresário Paulo Marinho (PSDB) afirma que o presidente está à beira de um ataque de nervos diante dos desdobramentos da CPI da Covid-19.


Ao comentar o tom adotado por Bolsonaro diante das suspeitas de irregularidades nas compras de vacinas, Marinho diz que o presidente mostra destempero por ter consciência do risco de derrota na corrida presidencial de 2022.

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"Conheço a peça. O capitão Bolsonaro está à beira de um ataque de nervos", diz Marinho, chegando a afirmar que Bolsonaro vai ser preso caso não se reeleja.

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"O capitão Bolsonaro vai enfrentar a Justiça. E arrisco dizer que vai ser preso pelos crimes que já cometeu e ainda vai cometer até final do mandato."

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Marinho -que conviveu diariamente com Bolsonaro entre julho de 2017 e outubro de 2018- diz não ter dúvidas de que o presidente tentará virar a mesa ante a ameaça de uma derrota em 2022.


"O capitão vai tentar dar um golpe com as milícias, que é o grupo que o acompanha desde o início da sua vida política. Gracas a Deus, esse grupo não tem tamanho para mudar a história da democracia brasileira. Ele acha que tem. Mas não tem."

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Um dos principais apoiadores da candidatura de Bolsonaro, Marinho transformou a ampla academia de sua casa em estúdio de programa eleitoral em 2018. Da época, guarda vídeos inéditos e suas recordações, acervo hoje a serviço da pré-candidatura à Presidência de João Doria (PSDB), governador de São Paulo.


Como exemplo, ele conta que, certa vez, Bolsonaro exasperou-se ao tentar, por mais de 20 vezes, gravar uma mensagem para a propaganda eleitoral.

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Segundo Marinho, Bolsonaro deixou o estúdio e foi para os jardins da casa, sendo tranquilizado pelo coordenador de sua campanha à época, Gustavo Bebianno, que depois virou ministro e morreu em 2020.


"O capitão tem uma dificuldade imensa de se expressar. Quando a gente estava na minha casa gravando os programas de televisão, primeiro, ele não usava o teleprompter, ele não sabia se comunicar com o teleprompter. Tinha uma dificuldade de ler e falar. Ficava evidente que ele estava lendo."

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Além dessa dificuldade de expressão, Marinho diz reunir mostras das contradições de Bolsonaro.


"Na campanha eleitoral, o capitão batia no peito na minha casa e dizia 'temos que acabar com o foro privilegiado'. A primeira coisa pela qual o Flávio Bolsonaro e o pai dele lutaram, quando o problema bateu à porta da família, foi pelo foro privilegiado para o Flávio. Isso vai ser julgado nas eleições", afirma.

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Há três meses, Marinho se mudou para São Paulo disposto a colaborar com a candidatura de Doria. Ele se diz convencido de que Bolsonaro não chegará ao segundo turno. E relata que muitas pessoas riem desse prognóstico, a exemplo do que aconteceu em 2018, quando decidiu apoiar a candidatura de Bolsonaro.


"Nessa campanha, Bolsonaro vai ter que explicar o enriquecimento da família dele, dos filhos e dele pessoalmente. Esse esquema das 'rachadinhas' está mais do que provado pelo Ministério Público estadual."

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"O capitão só não rodou até agora por causa da blindagem jurídica que conseguiu alcançar a nível federal. Além disso, o Adélio não estará em Juiz de Fora em 2022", diz Marinho, relatando que, ao visitá-lo no hospital, ouviu Bolsonaro dizer que já estava eleito depois de ter sido esfaqueado por Adélio Bispo durante um ato em Minas Gerais.


Para justificar o mau desempenho de Doria nas pesquisas, Marinho afirma que ele sofre o ônus de "proteger a população de São Paulo contra a Covid, coisa que o capitão não fez".


Ele reconhece ainda que Doria enfrentará a resistência dentro de seu próprio partido, sendo o deputado mineiro Aécio Neves um dos articuladores da oposição a essa candidatura.


"Tem alguns grupos no PSDB, principalmente os liderados por Aécio Neves, que estão apostando no quanto pior, melhor. Essa é uma questão da conveniência política desse grupo. Quem quer o melhor para o PSDB tem que apostar numa candidatura viável. E a única candidatura viável para o PSDB é do governador João Doria. Quem tiver o mínimo de caráter vai enxergar essa realidade", diz.


Ao falar sobre uma eventual candidatura do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), Marinho diz que seria temerário o PSDB arriscar no novo em detrimento do único nome com chance de tirar Bolsonaro do segundo turno.


Sobre o fato de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ter admitido a hipótese de o PSDB apoiar um nome de outro partido na disputa presidencial, Marinho lembra que FHC já se posicionou contrariamente a candidaturas de Doria. Todas acabaram vitoriosas.


"O presidente Fernando Henrique atua quase como uma entidade acima do PSDB. Ele tem autoridade para falar o que fala. É um homem que todo mundo respeita. Em relação ao Doria, ele errou as duas vezes em que apostou contra. Essa coisa está dando certo para o João. É mais um elemento para validar a candidatura do governador João Doria", diz.


Após dois anos na presidência do PSDB do Rio de Janeiro, Marinho deixou a função em junho, dizendo-se impressionado com o tamanho da presença do tráfico e da milícia no processo eleitoral municipal de 2020.


Ele descreve o caso do dono de um cursinho pré-vestibular que pretendia concorrer a vereador com apoio dos moradores de uma favela na zona norte do Rio. Desistiu após ser desencorajado por traficantes.

"Na véspera de a gente fechar a nominata, ele disse 'infelizmente não vou poder mais ser candidato. Fui chamado pelo pessoal do tráfico da minha região e eles disseram que lá eles apoiarão um candidato e não poderá haver outro candidato. E meu curso de pré-vestibular é lá, os meus alunos estão ali. Não tenho como desacatar essa ordem sem sofrer represália'", lembra Marinho.


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