O deputado estadual Mário Sérgio Bradock (PMDB) acusou nesta segunda-feira o delegado-geral da Polícia Civil, Adauto Abreu de Oliveira, de estar envolvido em um esquema de desvio de verbas da Corregedoria da Polícia Civil no ano passado, quando Adauto estava à frente do órgão, no governo Jaime Lerner (PFL).
Segundo Bradock, notas fiscais falsas no valor de até R$ 26 mil foram emitidas com o consentimento de Adauto para cobrir despesas supostamente feitas por policiais da corregedoria.
O deputado apresentou na sessão desta segunda-feira da Assembléia Legislativa uma série de fotocópias de notas fiscais.
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Há uma discrepância entre os valores gastos em restaurantes e hotéis pelos policiais nas notas que seriam originais e nas que teriam sido enviadas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao governo do Estado para ressarcimento. Segundo Bradock, o próprio Adauto teria pedido a confecção das notas.
''Se o governador Roberto Requião (PMDB) quer realmente afastar os policiais corruptos da polícia, pode começar pelo delegado-geral. Estamos enviando hoje uma denúncia à Promotoria de Investigações Criminais (PIC) para que investigue o assunto. E se ele for responder a um procedimento administrativo, que tenha um corte de 50% no salário e tenha o distintivo removido, como o governo quer'', disparou Bradock.
Além da PIC, o governo do Estado anunciou que irá instaurar um procedimento administrativo para apurar a denúncia.
A menção à redução no salário aponta para um dos motivos da denúncia feita por Bradock na Assembléia.
O deputado está protestando contra a alteração do Estatuto da Polícia Civil, que prevê que os policiais investigados pela corregedoria do órgão tenham seu salário reduzido pela metade.
O estatuto também prevê a participação de dois membros do Ministério Público no Conselho da Polícia Civil, o que Bradock não concorda.
Outro possível motivo foi levantado pelo próprio Adauto, que negou qualquer envolvimento com as supostas fraudes nas notas fiscais.