Enquanto o governador Jaime Lerner foi para a Ilha das Cobras tentar se isolar e promover a reforma do secretariado, em Curitiba os partidos políticos que apoiaram a vitória de Cassio Taniguchi estão esperando a "recompensa". De mesma maneira, enquanto Lerner espera enxugar a estrutura do secretariado, os políticos reivindicam lugar para todos os aliados.
A promessa é a de que os nomes que irão compor as secretarias e o anúncio de fusão e extinção de cargos aconteça nesta segunda-feira. Mas a tendência é que as discussões com os partidos e as negociações acabem atrasando a reforma.
O PFL - partido do governador e do prefeito reeleito de Curitiba, Cassio Taniguchi - tem reunião da Executiva Estadual marcada para as 11 horas desta segunda. Em pauta, o balanço e os reflexos das eleições municipais em todo o Paraná.
O partido deverá ainda discutir nomes para sugerir ao governador Jaime Lerner. Antes da demissão coletiva, o PFL contava com duas secretarias: a Chefia da Casa Civil (Alceni Guerra) e a do Emprego e Relações do Trabalho (José Carlos Gomes Carvalho). A expectativa é manter, pelo menos, duas indicações.
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O PTB também tem reunião marcada para segunda-feira. O presidente do diretório nacional do partido, o deputado federal José Carlos Martinez, deverá se reunir com a Executiva Estadual e com a bancada de deputados da Assembléia Legislativa para discutir a participação petebista nas secretarias municipal e estadual.
O deputado estadual Algaci Tulio, que conversou com Martinez na quarta-feira, disse que a tendência é exigir do Estado pelo menos duas secretarias. ""No mínimo isto. O PTB não se isolou da campanha do prefeito Cassio Taniguchi. Cedeu o vice. Trabalhou. E quer participar da formação das duas secretarias"", avaliou.
Para Algaci Tulio, este é um momento de negociação. ""O governador não pode anunciar o secretariado na segunda-feira. Ele ainda nem conversou com os partidos. A conversação começa agora e temos que saber dividir as atenções com os deputados"", declarou ele.
O PTB tinha quatro secretarias, mas apenas duas delas foram por indicação partidária. As demais fizeram parte da cota pessoal do governador Jaime Lerner. Eram petebistas as secretarias da Agricultura (Antonio Poloni), Indústria e Comércio (Eduardo Sciarra), Obras Públicas (Augusto Canto Neto) e Segurança Pública (José Tavares).
O deputado petebista aprova a idéia de fusão das secretarias e redução de pastas para enxugar a máquina administrativa. Mas quer que os cargos sejam preenchidos por políticos. Ele indicou o nome do deputado estadual Valdir Rossoni (PTB) para assumir a Chefia da Casa Civil, uma das pastas mais delicadas do governo Jaime Lerner. ""Isto acabaria com as brigas internas dentro da Assembléia. Além do que seria um prestigiamento para o parlamentar"", justificou.
O PPB, que também é partido de sustentação do governo Lerner, ameaça deixar de dar apoio na Assembléia Legislativa. O deputado federal José Janene, presidente regional do partido, disse que o PPB nunca foi prestigiado no secretariado do governador. O único secretário pepebista, o vereador Ney Leprevost (que foi secretário de Estado de Esporte e Turismo), nem foi indicato pelo partido.
""Não participamos do governo dele até agora e acho que vamos continuar sem participar. Para mim, o único objetivo dessa reforma foi tentar a demissão de Giovani Gionédis (da Fazenda), mas foi frustrado. Agora, ele (Lerner) deverá voltar a montar sua secretaria sem a opinião dos aliados"", disparou.