O prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), afirmou que permanece no partido e prefere concluir os quatro anos de mandato a se lançar candidato ao governo do Estado. Sobre um possível pedido de seu grupo político para que ele assuma a candidatura, Cassio deixou a dúvida no ar. Declarou que "é uma situação delicada". E completou: "nunca se sabe o que pode acontecer na frente".
O prefeito convocou entrevista coletiva com o objetivo de acabar com especulações em torno de seu futuro político. Cassio tem compromisso, firmado em cartório, de terminar sua segunda gestão, iniciada este ano.
O prefeito disse que o principal fator de sua decisão foi o projeto político do grupo, mas defendeu mudanças no discurso do PFL, que considera desatualizado. "O PFL precisa se atualizar, e procurar se identificar mais com a população". O partido acumula desgaste, e a vitória de Cassio sobre o candidato petista no segundo turno (Ângelo Vanhoni) foi de apenas 2,9% dos votos válidos.
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A permanência do prefeito na legenda foi costurada durante reunião das cúpulas tucana e pefelista. Há cerca de duas semanas, Cassio foi a Brasília participar de reunião com o presidente nacional tucano, deputado José Anibal (SP), e o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC). O governador Jaime Lerner (PFL) também defendeu a permanência de Cassio e se antecipou ao anúncio do prefeito, garantindo no início desta semana que o prefeito não deixaria o PFL.
O prefeito aposta na aliança para fazer o sucessor do governador Jaime Lerner (PFL). Para Cassio, PFL, PTB e PSDB deverão correr juntos em 2002. Cassio não afastou a possibilidade da coalizão contar até com o apoio do PMDB - que no Estado faz oposição, mas no plano federal apóia o governo.
O prefeito disse que tanto o PFL quanto o PSDB tem nomes com densidade eleitoral para disputarem e até vencerem as eleições. Cassio se recusou a citar nomes. Ele é peça importante no PFL, partido onde está desde 1997. Ele assinou ficha junto com Lerner. O prefeito reúne, em tese, as condições necessárias para suceder o governador, mantendo o grupo no poder.
Cassio disse que o convite que recebeu do PSDB, no mês passado, não atrelava seu ingresso à sigla a uma candidatura ao governo. A primeira-dama, Marina Taniguchi, e o filho do casal, Gustavo, assinaram ficha no ninho tucano.
Sobre a briga aberta entre Lerner e o ex-governador José Richa (que comanda, nos bastidores, o PSDB no Paraná), Cassio disse que "foi um mal-entendido", e não um rompimento. Richa criticou a administração Lerner, na imprensa. O governador respondeu por meio de nota oficial, dizendo que a eleição do vice-prefeito, Beto Richa (filho de José Richa), aconteceu graças a ele.