O prefeito reeleito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), toma posse hoje com duas metas já engatilhadas: desfavelizar a Capital e desburocratizar a máquina. Segundo Cassio, a intenção é investir na área social. Das 262 áreas de favela detectadas na cidade, o prefeito acredita que - durante os próximos quatro anos de sua segunda gestão - poderão ser atendidas 78 áreas, beneficiando cerca de 20 mil famílias, que seriam relocadas ou teriam maior infra-estrutura nas regiões (posto de saúde, escola, policiamento). O trabalho já começou nos bairros Cajuru, há cerca de um ano, e mais recentemente no Xapinhal. Os dois bairros somam 7 mil famílias.
Para estancar a crescente preocupação do curitibano com a violência nas ruas, Cassio disse que vai enfocar o combate à criminalidade, principalmente junto às crianças. Essas e outras medidas fazem parte do projeto Decidindo Curitiba, que promete ser uma "vedete" da Prefeitura.
Cassio ainda eliminou duas das 17 secretarias municipais e 90 cargos em comissão, sendo 78 de assessoria. Com isso, o prefeito transforma cargos mais burocráticos em agentes e gestores públicos, que trabalharão em várias frentes, inclusive no projeto Decidindo Curitiba.
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Para implantar os projetos da Prefeitura nos próximos anos, Cassio não deverá enfrentar muitos problemas, já que continua com a maioria absoluta na Câmara de Vereadores. Apesar da bancada de oposição ter aumentado de seis para 11 vereadores nas eleições de outubro, Cassio tem a seu lado dois terços dos 35 vereadores. O prefeito está confiante que, mesmo com o bate-chapa entre oposição e situação nas eleições para mesa executiva da Câmara, marcadas para amanhã, a chapa liderada pelo atual presidente, João Cláudio Derosso (PFL), sairá vitoriosa.
No final da primeira gestão, Cassio enfrentou críticas de diversas entidades ligadas à construção, quando articulava a nova Lei de Zoneamento da Capital, que acabou sendo aprovada. Outro desgaste veio com as discussões em torno do recolhimento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Depois da tentativa de instituir uma alíquota única, a cobrança do imposto voltou a ser feita de forma progressiva, com alíquotas entre 0,2% e 3% do valor do imóvel.
Hoje também serão empossados os 35 vereadores eleitos em Curitiba para a 13ª Legislatura. Às 16 horas acontece uma sessão solene na Câmara dos Vereadores, com a posse do prefeito, do vice-prefeito Beto Richa, que assumirá a Secretaria de Obras, e dos vereadores. Mais tarde, às 19 horas, será realizada a posse do novo secretariado de Cassio, no Memorial de Curitiba, no Largo da Ordem.
A eleição para prefeito, em outubro, foi a primeira decidida em segundo turno em Curitiba. Atingido pela queda de popularidade do governo do Estado, que tem sido alvo de denúncias de corrupção, Cassio teve vitória apertada. A diferença de votos entre ele e o adversário petista Angelo Vanhoni foi de apenas 2,9%, o equivalente a 26.541 votos. Cassio obteve 462.811 votos válidos (51,4% do total), contra 436.270, ou 48,5%, de Angelo Vanhoni. Na eleição anterior, Cassio foi eleito no primeiro turno com 54,9% dos votos válidos.
Pouco depois da divulgação do resultado, no dia 29 de outubro, Cassio afirmou que irá cumprir sua gestão até o final (2004), descartando a possibilidade de se lançar candidato ao governo do Estado em 2002.
Mesmo sem ganhar a eleição, o PT pôde comemorar a "quebra da hegemonia política" em Curitiba, conforme declarou Vanhoni ao saber do resultado, na época.