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Líder do centrão

Com possível nomeação à chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira já foi alvo da Lava Jato

Folhapress
21 jul 2021 às 17:49
- Reprodução/ Instagram
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O senador Ciro Nogueira (PP-PI) é a representação do centrão, bloco que lidera. Tendendo sempre ao lado que está no poder, o política ora ocupa um discurso da direita, ora da esquerda.


Não por acaso, o congressista tem um passado de apoio e elogios rasgados ao ex-presidente Lula (PT), assim como já chamou de fascista o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem se tornou um dos principais defensores e agora pode ser nomeado ministro-chefe da Casa Civil.

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O provável futuro ministro do governo também responde a inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal).

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Em fevereiro de 2020, foi apresentada denúncia contra o senador, acusado pela Procuradoria-Geral da República de receber propina de R$ 7,3 milhões da Odebrecht, em 2014 e 2015, em troca de atuação no Congresso em benefício da Braskem.

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Em outra denúncia, a PGR acusou Ciro, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e o ex-deputado Márcio Junqueira (ex-filiado ao PP) por suposta tentativa de atrapalhar os trabalhos da Lava Jato. No caso, a suspeita é que o senador e o deputado tentaram comprar o silêncio de um ex-assessor que tem colaborado com os investigadores.


No âmbito das investigações do caso JBS, um inquérito apura o suposto pagamento de propina ao senador para que o PP apoiasse o PT nas eleições 2014 e para que não apoiasse o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) dois anos depois. O senador nega todas as acusações.

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Advogado de formação e com longo histórico no Congresso, Ciro é há quase uma década o presidente nacional do PP e se tornou um dos principais nomes do centrão.


Ele comanda, portanto, um exército de congressistas que dá base de sustentação ao governo, mas que também apresenta suas faturas para desempenhar o seu papel. No PP, são 7 senadores e 41 deputados federais.

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Comandando na Câmara pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), o centrão reúne siglas de grande, médio e pequeno porte, como PP, PL, PTB e Republicanos, que hoje somam cerca de 150 deputados.


O próprio Ciro, em uma visão extremamente pragmática, costuma falar a interlocutores que ainda é vantajoso permanecer ao lado de Bolsonaro, inclusive nas eleições de 2022, apesar da queda de popularidade do chefe do Executivo.

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O senador argumenta que o PP nunca apresentou um crescimento tão vertiginoso, em particular no número de prefeitos eleitos, mesmo nos anos em que esteve ao lado de Lula.


Sobre o ex-presidente, Ciro já chegou a dizer que "Lula foi o melhor presidente da história, principalmente para o Piauí e Nordeste" e sempre mantém um nível de diálogo com ele, uma forma de manter o Palácio do Planalto em alerta sobre a importância do apoio.

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Por outro lado, mudou radicalmente o seu discurso a respeito de Bolsonaro, que já foi correligionário e colega de Câmara dos Deputados.


"O Bolsonaro eu tenho muita restrição, porque é um fascista, tem um caráter fascista, preconceituoso, é muito fácil você ir para a televisão, dizer que vai matar bandido. É um discurso muito fácil, mas isso não é para a Presidência da República", disse em uma entrevista de 2017 ao Programa Agora, da Rede Meio Norte, a mesma em que elogiou Lula.

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Ciro integrou a base do governo Dilma, mas abandonou o barco em 2016 e passou a defender o impeachment. Argumentou na ocasião que o governo havia perdido a sua capacidade de sustentação.


Em mais um movimento característico, manteve sua aliança com o PT no Piauí, apoiando o governador Wellington Dias.


Ciro Nogueira Lima Filho provém de uma família tradicional de políticos do Piauí. Seu avô Manoel Nogueira Lima foi prefeito da cidade de Pedro II, e seu pai, Ciro Nogueira Lima, foi deputado federal por dois mandatos.


O político mais jovem do clã foi eleito deputado federal em 1994 e permaneceu por quatro mandatos na Câmara. Em 2010, migrou para o Senado, onde foi reeleito em 2018. A primeira suplente, que assume o cargo assim que ele for designado ministro da Casa Civil, é sua mãe, Eliane Nogueira.


O político é considerado extremamente habilidoso, criando boa interlocução e base de apoio. Por outro lado, também deixa claro que alianças são conjecturais, precisam beneficiar os dois lados.


Em um dos piores momentos do governo, durante a instalação da CPI da Covid, liderou uma tropa de choque para tentar defender o governo, que havia ficado em minoria na comissão pela falta de coordenação entre Planalto e os líderes do governo.


No entanto sempre soube escolher as suas batalhas. Durante o depoimento do ex-chanceler Ernesto Araújo, muitos notaram a sua ausência, deixando o ex-ministro ser duramente atacado pelos senadores independentes e oposicionistas, sendo apenas defendido por congressistas com menos experiência.


Defendeu na CPI ferrenhamente o ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello, que caiu, entre outros motivos, justamente pela pressão exercida pelo centrão.


Se elogios e defesas públicas são circunstanciais, sinais mais fortes de laços costumam ser representados quando ele presenteia um amigo com a camisa do Ríver do Piauí, time do qual é torcedor fanático e que já foi presidente.

Esse foi o gesto definitivo de aproximação do senador com Bolsonaro, em 2020, e também coincidiu com o embarque do centrão no governo.


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