O responsável por denunciar o esquema do mensalão e provocar a principal crise política do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi incluído como réu na ação criminal que irá investigar o esquema de compra de votos de parlamentares. Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu acatar denúncia contra o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Também vão responder pelas mesmas acusações Emerson Palmieri, tesoureiro do PTB, e o ex-deputado Romeu Queiroz (PTB-MG). O ex-parlamentar teria sacado R$ 350 mil de Simone Vasconcelos, ex-diretora financeira da SMP&B, uma das agências de publicidade de Marcos Valério, e confessou o recebimento de R$ 102 mil da Usiminas a pedido de Roberto Jefferson.
O membro do PR (antigo PL), ex-ministro dos Transportes e atual prefeito de Uberaba (MG), Anderson Adauto, também foi acusado junto com os membros do PTB. Também por unanimidade, os ministros decidiram processá-lo por corrupção ativa. "Ele era membro do governo Lula e se comprometeu a fazer a intermediação de recursos para o partido", explicou o ministro do STF Joaquim Barbosa, relator do caso. Na sexta-feira (24), Adauto já havia sido incluído no processo criminal do mensalão por lavagem de dinheiro.
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O Supremo acatou ainda denúncia de corrupção passiva contra o ex-deputado José Borba (PMDB-PR). Segundo o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, Borba, então líder do partido na Câmara, teria recebido R$ 2,1 milhões para garantir votos do partido para projetos de interesse do governo. Dos 40 denunciados por envolvimento no esquema, 34 já se tornaram réus.
Nesta segunda-feira (27), o caso do mensalão tem o seu quarto dia de julgamento. O tribunal decide se aceita ou não, parcial ou integralmente, a denúncia enviada pelo procurador-geral. Os ministros vão analisar a consistência das acusações e dizer se o processo deve ou não continuar. Ninguém será condenado ou absolvido. Caso a denúncia seja acolhida, por inteiro ou em parte, os denunciados passarão a responder como réus em ação penal.