Começa nesta sexta-feira o turno único continuado para 32 mil dos 132 mil servidores públicos estaduais na ativa. As áreas administrativas do governo vão funcionar das 12h30 às 19 horas, de segunda a sexta-feira. Os setores de saúde, educação, segurança pública, fiscalização e governadoria permanecem com expediente das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas. A economia estimada pelo governo é de R$ 20 milhões ao ano, o equivalente à despesa de custeio de um mês inteiro do governo (água, luz, telefone, combustível).
Outras áreas consideradas essenciais vão manter o expediente matutino. É o caso do Procon, que vai disponibilizar parte dos serviços (disque procon, disque vale-pedágio, fiscalização e setor de audiências) a partir das 8 horas. Entretanto, as audiências serão feitas pela manhã somente até março, para atender às já agendadas.
Também vão funcionar de manhã todas as bibliotecas públicas, universidades e faculdades estaduais, Agências do Trabalhador, departamento de Imprensa Oficial, Instituto de Pesos e Medidas, a fiscalização da Secretaria da Agricultura, coordenação de receita no Estado, fiscalização do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), entre outros.
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Pesquisa do Bonde - o site da Folha - aponta que a redução da jornada de trabalho não deve agradar: 30% acreditam que será "muito ruim", 12% ruim, 21% bom e 37% acreditam que o dinheiro economizado será gasto de outras formas e não no plano de saúde do funcionalismo, como o Palácio Iguaçu anunciou.
Os servidores públicos estaduais temem que o governo use a redução da carga horária como "desculpa" para não reajustar os salários. O governo adotará turno único a partir de 1º de fevereiro, quando o funcionamento das repartições da administração passará a ser feito do 12h30 às 19 horas. O funcionalismo acumula perdas salariais superiores a 40% e está sem reajuste há cinco anos. Uma das principais bandeiras das diversas categorias tem sido a reposição dos rendimentos.
Para a diretora do Sindi-Seab (Sindicato dos Servidores nos órgãos da Agricultura do Paraná), Norma Ferrari, os maiores prejudicados estão no quadro geral do Estado. "São quase 40 mil pessoas sem reposição há cinco anos e meio. Tememos que o governo decida simplesmente não reajustar os salários usando como desculpa essa jornada menor", ponderou. "Mas, a princípio, a medida não é tão preocupante porque não mexeu em salários", analisou.
Outra preocupação dos sindicalistas está no atendimento à população que, segundo eles, será comprometido. "Pelo menos parte da fiscalização será prejudicada", avaliou Bittencourt. Norma disse que o cidadão tem o direito de poder dispor dos serviços públicos pela manhã, se desejar. "Muita gente dispõe apenas da parte da manhã e trabalha à tarde", comentou a sindicalista.
Leia mais em reportagem de Maria Duarte, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quinta-feira