Três computadores completos e cinco impressoras, avaliados em R$ 25 mil, foram furtados na madrugada de sábado para domingo do gabinete da reitoria da Universidade Estadual de Londrina (UEL), na zona oeste de Londrina. Os ladrões entraram pela cozinha da reitoria, arrombaram portas internas e tiveram acesso às salas com os equipamentos. Um dos computadores era usado por Itaicy Mendonça, ex-chefe de gabinete do reitor Jackson Proença Testa.
Na semana passada, Itaicy foi acusado pelo apresentador de TV Márcio Mello de superfaturar um anúncio publicitário do vestibular de 1997 da UEL, veiculado na rádio Nova Ingá, de Maringá, recebendo R$ 8 mil "por fora". O Ministério Público (MP) de Londrina e a própria universidade, por meio de uma sindicância interna, estão investigando o caso.
Segundo Testa, que esteve no local no domingo à tarde, as marcas de sapato indicam que pelo menos quatro pessoas participaram da invasão: três delas entraram no prédio e a outra ficou do lado de fora, possivelmente monitorando um vigia que fica num posto de observação. O auditor da UEL, Anísio Ribas Bueno Neto, presidente da comissão de sindicância que apura a denúncia contra o chefe de gabinete Itaicy, também vistoriou o local.
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O reitor acrescentou que nem o vigia nem o patrulhamento feito por veículo no câmpus, durante a madrugada, perceberam qualquer movimentação estranha.
Testa informou ainda que os computadores continham informações de atividades administrativas do gabinete, como portarias, nomeações, salários, controle de viagens, atos oficiais do reitor e da universidade, entre outros.
Para o reitor, a invasão ao gabinete da reitoria pode ter sido uma "armação política". Ele disse não acreditar que o sumiço dos computadores foi provocado pelo próprio chefe de gabinete, para apagar eventuais provas de superfaturamento de publicidade.
Testa disse também que o furto dos computadores não vai impedir que a universidade preste informações ao MP sobre o pagamento de funções gratificadas e o número de cargos comissionados.
Na última sexta-feira, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público enviou um pedido de informações à UEL atendendo reclamação do Sindicato dos Professores der Londrina (Sindiprol), Associação dos Docentes da UEL (Aduel) e Diretório Central dos Estudantes (DCE). As entidades acusaram a atual administração da universidade de "falta de transparência" em relação a assuntos orçamentários.
*Leia mais em reportagem de Lúcio Horta na Folha de Londrina / Folha do Paraná desta segunda