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Condenação de Lula é o assunto da última sessão do semestre na AL

Mariana Franco Ramos - Grupo Folha
12 jul 2017 às 18:31

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Curitiba - A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e meio de prisão, no processo que envolve a compra e a reforma de um apartamento triplex no Guarujá, litoral sul de São Paulo, repercutiu nessa quarta-feira (12) na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, que realizou sua última sessão do semestre. Dos 54 deputados estaduais, apenas três são do PT, partido de Lula. A maioria dos parlamentares integra a base de apoio ao governador Beto Richa (PSDB), adversário político do petista. A sentença do juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, foi publicada no mesmo dia.

Presidente da Casa e ainda do PSDB estadual, Ademar Traiano (PSDB) disse que a decisão já era há muito tempo esperada. "Acredito eu que o Moro [teve] muito critério. É um juiz sábio, um juiz que tem em suas decisões praticamente quase nenhuma reformada, e a sua decisão é em cima do que está escrito no processo. Não se pode julgar nada sem elementos probatórios. Portanto, a condenação do Lula imagino que tenha elementos suficientes para que o juiz Moro pudesse aplicar a pena que aplicou", opinou.

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O tucano frisou que houve mobilização de todos os segmentos organizados, em função da notícia. "A Bolsa de Valores já deu uma mudada com isso, porque passa também a dar segurança para o futuro. Se Lula for condenado e mantida a sua condenação no TRF (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), é lógico que o processo político viverá outro momento, sem ele participando", afirmou. Stephanes Jr. (PSDB) também afirmou se tratar de um "dia triste". "Temos hoje um ex-presidente condenado por corrupção". Segundo ele, "tudo o que a esquerda trouxe ao mundo foi miséria, ditadura e assassinatos (...) E aqui no Brasil roubalheira, com o PT no poder".

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"A Justiça está aí para julgar. Se o Lula fez alguma coisa errada e tiverem provas, que pague pelo que fez. Se não tiver, a decisão do juiz Sergio Moro poderá ser reformada em segundo grau. Mas acho que estamos passando por um processo pedagógico nesse País. Tudo o que está acontecendo é no sentido de que nos convençamos de que não podemos errar. É preciso acertar. Acabou o espaço para coisas erradas, tanto com o Lula como com a Dilma [Rousseff], o [Michel] Temer, o Aecio [Neves] e o Beto Richa. É uma grande lição de que acabou a farra e tem de se agir com responsabilidade", ponderou o líder do PMDB, Nereu Moura.

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O líder do governo Beto na Casa, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), por outro lado, criticou a decisão. "Eu entendo que obviamente o juiz é a autoridade competente para julgar e analisou todos os aspectos. A mim parece que nesse caso não cabia condenação, por conta de que ficou claro que houve uma tentativa da empreiteira OAS de fazer a doação do imóvel, mas o ex-presidente não aceitou, por alguma razão que eu não sei exatamente qual é (...) Creio eu que mais do que tudo foi uma condenação com viés político, até poque já era isso que estava anunciado. Nenhuma surpresa".


Petistas lamentam "coincidências"

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Para Péricles de Mello (PT), Moro cumpriu a missão que vinha perseguindo desde o início da Lava Jato. "Foi uma condenação subjetiva, porque as provas que ele alega ter são unicamente palavras de delatores. Esse apartamento nunca foi de Lula e de sua esposa". De acordo com o parlamentar, o fato de a sentença ser publicada na mesma data em que o Senado aprovou a reforma trabalhista foi uma "coincidência triste e trágica". "Nesse mesmo dia, se condena a maior liderança operária da história do Brasil e um dos maiores líderes do mundo (...) Há uma tentativa de transformar Lula e o PT em grandes bodes expiatórios da política brasileira".


Líder do PT na AL, Professor Lemos lamentou a condenação. "Temos firme convicção de que o ex-presidente Lula nas instâncias superiores conseguirá anular essa decisão, para o bem do povo brasileiro, especialmente da classe trabalhadora. Nós precisamos que o Lula fique habilitado para disputar as eleições do ano que vem. Ele já está em primeiro lugar nas pesquisas. Certamente, sendo eleito para presidir o Brasil novamente vai retomar o crescimento e o desenvolvimento, fazendo com que o Brasil volte a ser um País soberano diante das relações internacionais".

Assim como Péricles, o líder da oposição, Tadeu Veneri (PT), falou sobre "dois fatos inusitados" acontecerem quase que simultaneamente. "Isso nos chama a atenção. Quando o mundo todo está debatendo o que ocorreu no Senado - a tragédia, o embuste chamado reforma trabalhista, num País que tem 14 milhões de desempregados e que sequer consegue pagar um salário mínimo decente à maioria da população -, vem a farsa: a condenação do senhor Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex", discursou.


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