O governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB), afirmou nesta terça-feira que o "Congresso deve usar todos os expedientes que tem para esclarecer o que tem que ser esclarecido" no caso de denúncias envolvendo a Petrobras. Questionado se era favorável à criação de uma CPI para investigar o caso Pasadena e se, assim como o senador Aécio Neves - outro provável adversário da presidente Dilma em outubro, faria um empenho pessoal a favor da criação da comissão, Campos disse que "empenho pessoal tem que ser feito pelos líderes partidários" que estão no Congresso. "E o Aécio é senador".
O governador lembrou que o partido que preside, o PSB, foi o primeiro a pedir investigação. "Nosso partido é que tomou a iniciativa de convocar a presidente da Petrobras e o ministro (Edison) Lobão para prestar esclarecimentos", destacou. "Vamos apoiar qualquer convocação." Campos fez ainda um alerta e disse que não se deve "eleitoralizar" o debate sobre a Petrobras, "como foi feito em 2010". "A Investigação virar palanque não seria saudável para o País", disse. Ele afirmou que é preciso ter cuidado para não prejudicar ainda mais a empresa. "Temos que ter uma posição de responsabilidade."
Abreu e Lima
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Questionado sobre seu conhecimento sobre o pagamento de propina durante a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, Campos disse que não sabia de possíveis irregularidades. "Ninguém sabia, não há processo, não há iniciativa do Ministério Público", afirmou.
Conforme revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo hoje, a Polícia Federal suspeita que o doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, tenha pago R$ 7,9 milhões em propinas para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, entre 2011 e 2012. Os pagamentos, segundo a PF, estavam "relacionados a obras da refinaria Abreu e Lima, licitada pela Petrobras, na qual o investigado (Costa) teve participação".
Campos disse conhecer Paulo Costa, pois ele era diretor da Petrobras e reiterou que "desde o primeiro momento o PSB é a favor de todo o tipo de investigação sobre essa questão". "Queremos jogar luz nesse problema para que a gente possa cuidar da Petrobras e cuidar de punir (a quem tenha praticado alguma irregularidade)." As declarações foram dadas após Campos participar de palestra promovida pela Americas Society/Council of the Americas, em São Paulo.