Os mais de 90 integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, serão consultados se querem continuar participando do órgão após o julgamento do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff no Senado. Hoje (28), o governo interino sinalizou a intenção de continuar sendo aconselhado por representantes da sociedade, mas decidiu esperar o julgamento de Dilma para definir quem serão os novos conselheiros.
Após se reunir com integrantes do Comitê Gestor do Conselhão, a secretária do colegiado, Patrícia Audi, disse que o grupo pode voltar a se reunir em setembro, mas antes vai consultar os membros se desejam permanecer no órgão consultivo caso o presidente interino Michel Temer seja confirmado no poder.
"Fizemos contatos com alguns conselheiros. Alguns deles não se sentiram confortáveis em contribuir neste momento, e nos solicitaram que aguardássemos decisão com relação ao processo de impeachment para que os conselheiros e as organizações às quais eles representam possam se manifestar pelo interesse ou não de continuar contribuindo", disse Patrícia.
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De acordo com a secretária do órgão, a reunião de hoje foi convocada para que o governo Temer confirmasse interesse em continuar contando com o fórum de discussões.
Atividades
Criado em 2003, o Conselhão estava desativado desde 2014 e novos membros foram empossados pela presidenta afastada Dilma Rouseff este ano. Na nova composição, no entanto, houve apenas uma plenária, em janeiro, e uma oficina de trabalho no mês de março. A retomada do crescimento econômico foi eleita pelos conselheiros como prioridade dos trabalhos do órgão em 2016.
O ex-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) Luiz Moan já manifestou interesse em continuar participando do conselho, assim como o sindicalista Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
Na opinião de Clemente Ganz Lúcio, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que também faz parte do comitê gestor, a composição do Conselhão vai depender da disposição de Temer em manter os atuais membros ou fazer novos convites. Segundo ele, o crucial é preservar a existência do órgão independentemente do governo.
"O conselho é de pessoas convidadas pelo governante a colaborar com o país. Nós sugerimos que o presidente o faça novamente, convidando 100 brasileiros e brasileiras a compor o conselho, que poderão ser os mesmos ou outros, não importa. O que importa é que há uma decisão do governo de manter essa iniciativa, que consideramos importante", disse o conselheiro, sem adiantar se continuará ou não no órgão a partir de setembro.