O Conselho de Ética do Senado adiou mais uma vez a votação do processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de quebra de decoro parlamentar. Pelo menos dez senadores, entre integrantes da base aliada e da oposição, defenderam o adiamento da votação. Eles alegaram que querem aprofundar a investigação.
O próprio Renan se ofereceu para ir nesta quinta-feira (21) ao Conselho de Ética para prestar todos os "esclarecimentos necessários" aos integrantes do conselho.
Renan decidiu se colocar à disposição do conselho depois de perceber que não havia número de senadores suficiente para aprovar o relatório do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que o inocenta nas denúncias envolvendo a Mendes Júnior.
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O novo relator do processo, senador Wellington Salgado (PMDB-MG), renunciou em protesto ao adiamento. "Me sinto preparado para relatar. Se não for relatá-lo hoje, vou me afastar do cargo e abro mão do relatório", disse Salgado.
Com o adiamento, os parlamentares esperam que a PF realize perícia mais detalhada nos documentos enviados por Renan ao conselho sobre a sua movimentação financeira.
Suspeita - Renan é acusado de usar o lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior, para pagar pensão e aluguel para a jornalista.
O adiamento ocorre no mesmo dia em que o resultado da perícia da Polícia Federal lançou suspeita sobre os documentos apresentados pela defesa de Renan para justificar que seus ganhos eram compatíveis com os pagamentos feitos a Mônica Veloso.