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Caso Martinez

Contradições cercam operação com PC Farias

Folha de Londrina
02 ago 2002 às 09:40

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O empréstimo de pouco mais de Cr$ 4,4 bilhões (moeda da época), que o deputado federal José Carlos Martinez (então no PRN) obteve em maio de 1991 do ex-tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor de Mello, Paulo César Farias, assassinado em 1996, foi a causa de sua queda da coordenação de campanha de Ciro Gomes. As informações sobre o pagamento da dívida são contraditórias.

O objetivo do empréstimo foi a compra da TV Corcovado, que pertencia ao Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), e incorporá-la à rede que pretendia montar a partir do Paraná, onde já tinha quatro emissoras. Em 1992, essas negociações foram alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

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Em parte, esse empréstimo foi pago com cheque dos ''fantasmas'' Manoel Dantas Araújo e Flávio Maurício Ramos, nomes fictícios com que PC Farias movimentava contas. Em 9 de dezembro de 1992, quando depôs à CPI, Martinez declarou que, para realizar o negócio, emprestou dinheiro de PC. Em nota distribuída em agosto de 92, o deputado justificou que recebeu cheque administrativo do Banco Rural e ''outros cheques'' que foram entregues diretamente à CEF para o pagamento da dívida.

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''Na condição de beneficiário do financiamento, José Carlos Martinez desconhecia a origem dos cheques, bem como a existência de (fantasmas)'', dizia a nota. ''Consumada a operação de compra, José Carlos Martinez vendeu bens particulares que possuía há muitos anos para saldar os financiamentos contraídos.'' No entanto, recentemente Martinez admitiu que ainda pagava a dívida, que tinha sido parcelada.

Este não foi o único negócio fechado entre Martinez e PC Farias. Em outubro de 91, o deputado paranaense teria vendido por apenas Cr$ 100 mil a marca do jornal Tribuna de Alagoas, que comprara da família do ex-senador Teotônio Vilela em 87. O título do jornal foi pivô de uma das desavenças de PC com Pedro Collor, irmão do ex-presidente, cujas denúncias levaram ao impeachment do então presidente da República, Fernando Collor de Mello.


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