Os deputados federais integrantes da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal e que acompanharam a votação do projeto de lei de iniciativa popular que revogaria o processo de privatização da Copel vão apresentar um relatório sobre os supostos abusos ocorridos dentro da Assembléia (em confrontos entre convidados que estavam nas galerias e seguranças) e do lado de fora (entre a Polícia Militar e os manifestantes).
Entre os abusos apontados pelos parlamentares estão a desproporcionalidade entre o contingente da PM e o público, existência de policiais militares do serviço reservado entre os manifestantes e agressões para garantir a tranquilidade do processo de votação. "Tememos que a própria P-2 (serviço reservado da PM) tenha provocado a desordem. Os policiais descaracterizados transformaram o Palácio da Justiça em quartel. E a gente ficou se perguntando: onde estava a Justiça. Faltou sensibilidade da Polícia Militar em enfrentar uma população como esta", acusou o deputado federal Padre Roque Zimmermann (PT-PR).
O parlamentar confirmou que em alguns momentos os manifestantes abusaram. Mas a Polícia Militar teria exagerado nos revides. "A PM é acostumada a revidar tudo com cacetetes e armas. Por isto, tivemos muitos feridos", argumentou Padre Roque, que já pediu uma lista com todos os nomes dos manifestantes e dos policiais militares que ficaram feridos no confronto. Ele ainda criticou a ação dos seguranças nas galerias da Assembléia.
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O relatório será enviado também para o governo do Estado. O secretário-chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, disse que todos os pontos elencados serão estudados e investigados. "Eu mesmo me comprometo a receber as críticas, investigá-las e responder as denúncias para a Comissão de Direitos Humanos", afirmou ele, lamentando o confronto do lado externo da Assembléia Legislativa.
O coronel Justino Henrique Sampaio Filho, comandante da operação, esclareceu que foram colocados 800 policiais militares caracterizados para garantir a proteção da Casa. Ele negou que tenha sido empregado qualquer efetivo da P-2. "Eles estão querendo justificar os 57 vidros que foram quebrados do Palácio da Justiça", ironizou.