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Investigação

CPI da Copel quer acareação entre empresários

Luciana Pombo - Folha de Londrina
21 mai 2003 às 08:05

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A CPI da Copel quer colocar os empresários Walfrido Ávila e Fábio Ramos frente a frente.

A acareação, deliberada nesta terça-feira, ainda não tem data marcada, mas tem por objetivo ver quem está falando a verdade.

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Os depoimentos dos dois, prestados aos deputados, foram classificados como contraditórios.

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Ávila é diretor-presidente da Tradener, empresa criada para comercializar a energia excedente da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) para outros estados brasileiros.

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Ramos, ex-funcionário da Copel e representante da Logos Engenharia, sócia minoritária da Tradener, junto à Associação dos Distribuidores Nacionais de Energia (Abine).


Na semana passada, Ávila declarou que a Copel foi obrigada a criar uma empresa para a comercialização da energia por força jurídica.

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Enquanto Ramos, um dos idealizadores da Tradener, admitiu que a estatal poderia comercializar sua própria energia com outros estados sem depender de uma intermediária.


A mesma afirmação já havia sido feita pela engenheira Carla Rosângela de Oliveira, funcionária da Copel, em depoimento na CPI. Carla Rosângela, inclusive, deixou claro que a Copel deixa de ganhar dinheiro por conta desta intermediação da Tradener.

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Outra contradição apontada pelos parlamentares, para justificar a acareação, foi o fato de Ávila ter afirmado que a Tradener foi que iniciou as conversações com a Volkswagen para a comercialização de energia excedente em novembro de 1999.


Já Ramos disse que foi a própria Copel que realizou todas as negociações e efetivou o contrato com a montadora.

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A Tradener acompanhou algumas reuniões técnicas e recebeu a comissão pela venda de energia.


''Recebemos a comissão porque detínhamos ainda a exclusividade na venda da energia excedente da Copel'', justificou Ramos.

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A comissão era de 2% nos contratos simples. Este valor era acrescido de gratificações, conforme o ágio que a Tradener conseguisse na venda da energia.


Cálculos da CPI revelaram que a comissão média recebida pela empresa foi de 4,86%.

Até o final de 2002, a comercializadora recebeu mais de R$ 13,8 milhões dos cofres públicos.


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