A CPI Estadual da Telefonia faz nesta terça-feira sua primeira reunião aberta no plenarinho da Assembléia. Depois que uma liminar suspendeu por três meses os trabalhos da comissão anterior, que investigava denúncias de escutas ilegais no Palácio Iguaçu e em comitês partidários, a nova CPI vai centralizar hoje seus trabalhos em acusações de que o Banco HSBC mantinha uma rede de espionagem contra sindicalistas, funcionários e clientes.
Cinco pessoas são esperadas a partir das 9 horas de para prestar esclarecimentos. A primeira a falar deve ser Judite de Oliveira, ex-funcionária do banco, que disse aos deputados ter "denúncias" a fazer contra a instituição. O chefe de segurança do HSBC, Florindo de Lima, será ouvido em seguida. O advogado do banco, Vítor Gardolinski Júnior, também foi convocado, assim como o 2º sargento da PM Valdemir Bernardes, que teria trabalhado como motorista de Lima.
O advogado de Judite de Oliveira, Antônio Carlos Ferreira, também foi convocada a prestar depoimento, mas não assinou a intimação, alegando que iria consultar um colega antes de decidir se comparece ou não no plenarinho. O diretor-presidente da Telepar Brasil Telecom, Juan Ramon Aviles, que foi intimado, mandou correspondência à CPI alegando que viajou à trabalho para os Estados de Minas Gerais, Santa Catarina e o Distrito Federal, informando que só estará de volta a Curitiba nesta quinta-feira.
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Justiça Militar - O coronel Luiz Fernando de Lara, ex-comandante da Polícia Militar do Paraná, será ouvido hoje na Justiça Militar no processo que investiga os motivos da exoneração do ex-sargento Jorge Luiz Martins, acusado de ter dupla jornada de trabalho e receber remuneração por trabalhos de investigação feitos no departamento de segurança do Banco HSBC. Martins, que detonou toda a investigação contra o HSBC, alegou que todos os seus superiores sabiam de sua situação como "funcionário" do banco.
Em depoimento à Justiça Militar, o coronel Donizete Ribeiro - então comandante do batalhão onde Martins era lotado - também disse que todos tinham conhecimento de que o sargento estava cedido para trabalhos internos no HSBC. Ele mesmo teria procurado o Comando do Policiamento da Capital (CPC).
Em entrevista à Folha, há cerca de um mês, Lara negou ter conhecimento de qualquer policial militar que estivesse sendo colocado à disposição do banco. "Eu jamais fiz isto. Não assinei nenhum ato oficial, nem autorizei. Se alguém disser o contrário, será processado. Isto é mentira", declarou. Ele desafiou qualquer militar a provar o contrário dentro da corporação.
A assessoria de imprensa do HSBC já acusou Martins de falsidade ideológica e pediu na Polícia Federal a abertura de inquérito contra o ex-sargento. Os relatórios assinados por ele, com os detalhes sobre os trabalhos de espionagem, são classificados pela instituição como "falsos". "Não há um único documento original nos relatórios", registra a assessoria do banco.