Uma das surpresas da CPI Nacional do Narcotráfico foi a inclusão do nome da delegada operacional da Homicídios, Sonia Baggio, na lista dos indiciados. Ela teria sido citada pelos deputados por ter depositado um cheque do policial civil Edimir da Silveira - preso por suposto envolvimento com o tráfico de drogas - em sua conta corrente, no ano de 1995. Na ocasião, ela se relacionava com o investigador Samir Skandar, que também teve seu nome citado na CPI e está sendo citado para indiciamento. "Eu nunca tive qualquer amizade com o Edimir. Sabia apenas que ele e o Samir eram amigos", disse ela.
Sonia Baggio disse que ficou surpresa com o aparecimento de seu nome. Ela justifica o depósito do cheque - que seria de R$ 1,05 mil - como parte do pagamento de um empréstimo que ela teria feito para Samir. "Ele sempre me pedia dinheiro emprestado. Depois ele pagava. Devo ter recebido o cheque através dele, mas jamais imaginei que poderia ser dinheiro vindo de transações ilegais", comentou ela.
Ela alegou que o fato de ter um patrimônio que não condiz com sua renda salarial pode ser facilmente justificado. Ela teria recebido uma herança do pai, que era empresário. "Tudo o que tenho está no meu imposto de renda e pode ser comprovado. Basta que os deputados tenham vontade de verificar meu imposto na Receita Federal. Estou muito abalada, extremamente revoltada. Tenho certeza que eles não foram verificar meu imposto antes de me citar para indiciamento", declarou.