Deputado e presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) criticou a decisão do presidente em exercício da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular as sessões da Câmara dos dias 15, 16 e 17 de abril, quando foi aprovada a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e, consequentemente, anular a admissibilidade do processo. Em nota, Cunha diz que a decisão é antirregimental.
"A decisão do presidente em exercício da Câmara dos Deputados é absurda, irresponsável, antirregimental e feita à revelia do corpo técnico da Casa, que já tinha manifestado a posição de negar conhecimento ao recurso, cuja assinatura eu iria apor na quinta-feira (5), data do meu afastamento", diz trecho da nota de Cunha.
Em outro trecho do documento, Eduardo Cunha critica a participação do advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardoso, e do governador do Maranhão, Flávio Dino, na elaboração da decisão de Waldir Maranhão no recurso da AGU. "A participação do advogado-geral da União e do governador do Maranhão na confecção da decisão mostra a interferência indevida na tentativa desesperada de evitar a consumação, pelo Supremo Tribunal Federal, da instauração do processo de impeachment da presidente da República".
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Eduardo Cunha condenou também insinuações feitas por alguns veículos de comunicação de que ele (Cunha) teria participado do episódio que levou ao deferimento do recurso do AGU, para mostrar que a Câmara dependeria dele para levar adiante o processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. "Condeno as insinuações de qualquer natureza publicadas por jornalistas inescrupulosos de qualquer participação minha no episódio".