O primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de Londrina, realizado na quinta-feira (8), foi marcado por um “apagão de ideias” e por propostas desconectadas da realidade concreta da cidade. Essa é a avaliação do professor de Ética e Filosofia Política Elve Cenci, que acredita que os prefeituráveis preferiram se estudar nesse primeiro momento, evitando ter uma postura mais ofensiva.
Ficaram frente a frente pela primeira vez Maria Tereza (PP), Tiago Amaral (PSD), Tercílio Turini (MDB), Barbosa Neto (PDT), Coronel Villa (PSDB), Diego Garcia (Republicanos) e Isabel Diniz (PT).
“Foi uma noite de pérolas e, apesar de serem políticos experientes, foram propostas muito superficiais para os grandes temas. Pega, por exemplo, a mobilidade urbana. O que apareceu de novo? Nós estamos enfrentando gargalos. O que tem de novo”, questiona o professor, que também cita a saúde e a educação como áreas que, apesar de abordadas pelos candidatos, sofreram com ideias rasas.
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Foi citada a necessidade de reabrir equipamentos culturais como o Teatro Zaqueu de Melo e concluir a obra do Teatro Municipal, mas não houve nenhuma sinalização de como tirar isso do papel. A falta de uma proposta para atender à demanda de moradia popular, um problema grave na cidade, também ficou evidente.
Esse mesmo problema de ideias vagas se aplica, na avaliação de Cenci, às críticas feitas à administração do prefeito Marcelo Belinati (PP), que virou “saco de pancadas” durante o debate. “Muitas dessas críticas, ao meu ver, são infundadas. Segundo ponto: foi constatado que tem um problema, o que você vai fazer de novo e de melhor?”, diz o professor, que aponta ter visto uma “noite de apagão de ideias” para quem precisa convencer o eleitor.
Nesse contexto, avalia Cenci, coube à equipe de jornalismo da Tarobá/Band trazer questões próprias ao dia a dia de Londrina, como as ocupações irregulares, a revitalização do centro histórico, o aumento da população em situação de rua e os desafios da coleta seletiva, que já foi exemplar. “Se não, ficaria mais genérico ainda o debate.”
“Falta um prognóstico da cidade e dos seus problemas, e senti ontem [quinta-feira] falta da realidade concreta. A cidade real precisa ser pensada com orçamento real”, completa.