O deputado Paulo Mourão (PSDB) anunciou na quinta-feira, no plenário vazio da Assembléia Legislativa do Tocantins, o fim da greve de fome que estava fazendo há três dias. Ele se diz satisfeito com a decisão da Câmara de deixar a cargo da procuradoria parlamentar a tarefa de apurar as denúncias feitas por ele. Com a mesma roupa desde o início da semana, o deputado, que não foi reeleito, estava abatido e sem condições de levar o protesto adiante.
Mourão afirma que o órgão auxiliar da Mesa Diretora da Câmara tem mais poderes do que a comissão solicitada por ele. O deputado acredita que a procuradoria vai tomar as providências cabíveis a fim de investigar as supostas irregularidades eleitorais que teriam ocorrido em Tocantins. Cansado e com o apoio de colegas, Mourão foi obrigado a admitir a inutilidade do gesto. Ele reconheceu que uma comissão não pode ser criada apenas porque um deputado considera necessário. Pelo regimento, é preciso que haja sustentação jurídica para a instalação.
Nota divulgada pelo Diretório Regional do PSDB do Estado recrimina a atitude do deputado e informa a possibilidade de sua expulsão do partido. Para Mourão, essa é uma prova do estilo político ''truculento'' adotado pelo governador Eduardo Siqueira Campos, a quem o deputado culpa por sua derrota. Campos, presidente do PSDB estadual, nega todas as acusações feitas pelo deputado.