Os deputados estaduais que compõem a CPI da Telefonia têm até esta quarta-feira para responder os questionamentos judiciais sobre os motivos do suposto desvirtuamento das funções originais da comissão com as investigações sobre grampos telefônicos em prédios públicos. Esta vai ser a primeira de uma série de batalhas judiciais que os parlamentares terão que enfrentar. Até agora, a Justiça concedeu três liminares a favor do governo do Estado e da Telepar Brasil Telecom.
Nesta terça, a reunião teve que ser cancelada diante do silêncio do assessor especial de gabinete do governo do estado, Gerson Guelmann (apontado como um dos mandantes de grampos em campanhas eleitorais e prédios públicos) e do chefe da Casa Militar, coronel Luis Antonio Borges Vieira (que segundo denúncias recebidas pelos deputados, estava ciente dos grampos e não tomava iniciativas para inibi-los).
Eles compareceram à CPI, mas decidiram ficar calados mediante a apresentação de liminar obtida no Tribunal de Justiça. "Respeito a Justiça e espero que todos compreendam minha posição", disse rapidamente Guelmann.
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Vieira disse que nada teria para falar sobre grampos telefônicos e apenas compareceu à Assembléia Legislativa por respeito aos deputados. "Torço para que a polícia consiga esclarecer isto. Mas é algo que está sendo investigado pela polícia e pelo governo do Estado", afirmou.
Para o deputado estadual Tony Garcia (PPB), os dois secretários são testemunhas chaves e precisam ser ouvidos para o esclarecimento das denúncias apresentadas pelos depoentes. "Vamos recorrer da decisão judicial e vamos reconvocá-los. Não descartamos uma acareação com os acusadores para esclarecer os fatos", salientou.
A CPI da Telefonia suspendeu as atividades sobre grampos até uma decisão judicial. "O governo do Estado com esta atitude conseguiu provocar um apagão moral e de palavras. Mas não vai conseguir fazer com que a gente recue. Ao contrário. Isto nos dá a certeza de estarmos no caminho certo", destacou Garcia.
O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PTB), disse que vai encaminhar os documentos solicitados pelos desembargadores Jeorling Cordeiro Cléve e José Wanderlei Resende, sobre o funcionamento da CPI da Telefonia, na próxima sexta-feira.
O presidente da Telepar Brasil Telecom, Juan Ramires Áviles, foi convocado pela CPI para depor na próxima terça-feira. Ele vai falar sobre as irregularidades em serviços prestados.