A presidente eleita, Dilma Rousseff, defendeu o aumento do salário dos ministros que vai nomear para sua equipe. Recusou-se, no entanto, a comentar a possibilidade de ter o seu futuro salário de presidente reajustado, como defende o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Indagada durante entrevista à imprensa no hotel em que está hospedada em Seul, na Coreia do Sul, se concorda com o aumento, Dilma afirmou que é a última a saber desse debate. "Agora, de fato alguma coisa tem de ser feita em relação ao salário dos ministros porque, caso contrário, nós não vamos ter ninguém para ser ministro do Brasil. (O salário deles) é muito defasado em relação ao mercado", disse a presidente eleita.
Atualmente, os ministros têm salário de cerca de R$ 12 mil mensais. O do presidente da República é um pouco maior. Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) recebem R$ 26,7 mil e querem elevá-lo para R$ 30,6 mil. Deputados e senadores ganham cerca de R$ 16,5 mil. Eles querem aumento para R$ 24,5 mil. Dilma disse que não vai se envolver na discussão sobre o salário dela nem dos ministros do STF e dos congressistas. "Eles têm de ver, não sou eu que vou decidir."
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Mídia
Dilma também afirmou que qualquer projeto que faça a regulamentação da mídia, como o que está sendo proposto pelo ministro da Comunicação, Franklin Martins, "com ou sem consenso", deve passar por uma ampla discussão. "Olha, eu não falo a respeito do que fala o ministro. Eu não faço avaliação. O que acredito é que, como em qualquer processo, tem de haver uma grande negociação." A presidente eleita disse que primeiro quer ver o projeto. "Deixa aparecer o projeto para eu avaliá-lo. Não tem lei, não tem projeto ainda. Nada me foi entregue."